A Iberblue Wind anunciou esta terça-feira o primeiro projecto transfronteiriço para parque eólico "offshore" flutuante de até 1,96 gigawatts, na fronteira entre Portugal e Espanha, no Atlântico Norte, num investimento que pode superar os 4000 milhões de euros.
Em causa estão os projectos Creoula e Juan Sebastián Elcano "que terão aproximadamente 109 turbinas e ocuparão uma área de 530 quilómetros quadrados ao largo das costas do Baixo Minho, em Viana do Castelo, e Pontevedra", refere em comunicado a Iberblue Wind, uma "joint-venture" irlandesa e espanhola criada para a promoção de parques eólicos "offshore" flutuantes na Península Ibérica.
O investimento global para a construção e manutenção dos dois parques pode exceder os 4000 milhões de euros e gerar mais de 5000 postos de trabalho, refere o mesmo comunicado. A empresa estima que, quando estiverem operacionais, aqueles parques terão a capacidade de fornecer electricidade a mais de um milhão de casas.
A IberBlue Wind refere que o custo de desenvolvimento em conjunto dos dois projectos "poderia ser 32% mais baixo do que se fossem desenvolvidos separadamente" pela maximização de sinergias em recursos e economias de escala nas fases de construção e de operação.
O projecto Creoula, ao largo da costa de Viana do Castelo, será apoiado por plataformas flutuantes ancoradas no fundo do mar e terá uma capacidade instalada de 1.440 megawatts (MW), produzida a partir de 80 turbinas de 18 MW cada, com o parque a cobrir uma área de 413 quilómetros quadrados, com uma localização a 20 a 40 quilómetros da costa.
Já o projecto Juan Sebastián Elcano, será composto por 29 turbinas, de 18 MW cada, que ficarão também instaladas em plataformas flutuantes, estendendo-se de As Mariñas a A Guarda ao longo de 117 quilómetros quadrados e a uma distância de 20 a 35 quilómetros da costa.
Os nomes dos projectos (Creoula e Juan Sebastián Elcano) foram escolhidos em homenagem a dois navios históricos de formação que fazem parte das marinhas portuguesa e espanhola.
Em Fevereiro, a empresa anunciou o primeiro projecto em Portugal para parque eólico "offshore", a que deu o nome de Botafogo, em homenagem ao galeão português que foi construído no século XVI e que ficou conhecido como o navio de guerra mais poderoso do mundo na sua época.