O que quer Von der Leyen? A Comissão ou a NATO?
Muito vai depender da evolução do conflito na Ucrânia e, como sempre, dos equilíbrios políticos internos da própria União Europeia.
1. As eleições europeias da Primavera de 2024 já estão a agitar as águas, habitualmente tranquilas, de Bruxelas, com efeitos em algumas capitais europeias. É natural. É sempre assim. Desta vez, por maioria de razões. Há quatro anos, nas eleições de 2019 para o Parlamento Europeu, os europeus ainda não sabiam que estariam a viver uma guerra de alta intensidade nas suas fronteiras, que haveria de mudar as prioridades da agenda política da União Europeia, porque mudou radicalmente a realidade geopolítica em que foi construída e se desenvolveu ao longo de décadas. Muita coisa aconteceu. Muita coisa mudou. A União Europeia perdeu uma das suas principais potências, precisamente quando mais precisava dela. Viveu uma pandemia mundial, que não acontecia há 100 anos. A guerra está a alterar o equilíbrio de poder interno, entre as instituições e entre os países-membros. Atravessamos mares nunca dantes navegados, num ambiente internacional que vai em sentido contrário daquele que a União Europeia percorria. Precisa, desesperadamente, de se adaptar a esse novo mundo, se quer sobreviver.
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