Semana começa com menos calor e qualidade do ar afectada por poeiras do Sara
Descida das temperaturas deverá ser mais acentuada em Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda.
Ainda que os últimos dias tenham trazido saudades do Verão, o tempo de praia foi sol de pouca dura. As temperaturas começaram a descer já este domingo, e a qualidade do ar piorou com a chegada das poeiras vindas dos desertos do Norte de África.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a previsão para o início desta semana é de vento forte no litoral Oeste e nas terras altas, e precipitação nas regiões Norte e Centro.
Deste domingo até quinta-feira, 13 de Abril, a queda das temperaturas máximas deverá ser de oito graus Celsius em Lisboa (dos 27 para os 19 graus) e de cinco graus no Porto (ficando nos 15 graus de máxima).
Além das maiores cidades, esta descida deverá ser mais acentuada, e por isso mais notória, em Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda (regiões onde os termómetros vão de cerca de 25 graus de máxima no domingo de Páscoa para 15 graus de máxima na próxima quinta-feira).
Com a diminuição das temperaturas deverá diminuir também o risco de incêndio em território continental, de acordo com os dados do IPMA.
Em sentido contrário, as temperaturas deverão aumentar ligeiramente na Madeira. Na tarde deste domingo, o Instituto do Mar e da Atmosfera emitiu para a costa sul da ilha um aviso amarelo devido à “persistência de valores elevados da temperatura máxima”, em vigor desde as 9h de 10 de Abril até às 21h de 11 de Abril.
Quanto às poeiras vindas do deserto do Sara, no Norte de África, o céu poderá continuar em tons amarelados ao longo desta segunda-feira, sem que esteja prevista a ocorrência das chamadas “chuvas de lamas”, em que esta massa de ar chega à superfície através da precipitação.
Segundo explica a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Portugal continental está “sob influência de uma situação sinóptica que se caracteriza por um anticiclone localizado a sudoeste dos Açores, estendendo-se em crista até à Península Ibérica”.
Isto resulta “numa circulação fraca sem direcção tornando-se do quadrante oeste no período da tarde, nos níveis baixos da atmosfera, que irá gradualmente desalojar a massa de ar rica em poeiras com origem no Norte de África”, lê-se na nota divulgada pela agência.
Segundo a Direcção Geral da Saúde (DGS), este poluente (partículas inaláveis — PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações.
Ainda em Fevereiro passado, na sequência de um fenómeno semelhante, a DGS aconselhou os doentes crónicos a manter os tratamentos médicos em curso e, em caso de agravamento de sintomas, contactarem a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.
De acordo com a APA, a maior concentração de poeiras na atmosfera deverá registar-se no Algarve e Alentejo, e no interior das regiões Centro e Norte.