Atropelamento deliberado causa um morto e sete feridos em Telavive
Um turista italiano de 36 anos foi morto no mesmo dia em que duas irmãs, de 20 e 16 anos, foram vítimas de um ataque na Cisjordânia.
Um turista italiano foi morto e outras sete pessoas ficaram feridas depois de terem sido atropeladas deliberadamente numa praia em Telavive na sexta-feira à noite. O ataque aconteceu poucas horas depois de duas irmãs com israelo-britânicas terem sido mortas na Cisjordânia.
O Governo italiano identificou a vítima mortal como um homem de 36 anos. Entre os feridos há pelo menos três cidadãos britânicos e outro italiano.
O veículo abalroou um grupo de pessoas que passeava numa avenida marginal habitualmente muito movimentada em Telavive. O condutor foi abatido pela polícia quando tentava puxar de uma arma, segundo as autoridades citadas pela Reuters.
O autor do ataque foi identificado como um árabe israelita, de 45 anos, da cidade de Kafr Qasim.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, lamentou o episódio e descreveu o ataque como um acto “cobarde”.
O atropelamento aconteceu no mesmo dia em que duas irmãs com dupla nacionalidade israelita e britânica, de 20 e 16 anos, foram mortas durante um tiroteio perto do colonato de Hamra, no Vale do Jordão, na Cisjordânia. A mãe das duas jovens ficou gravemente ferida.
Em visita ao local do ataque, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou a mobilização dos reservistas da polícia fronteiriça e o reforço das forças militares. “Os nossos inimigos estão, uma vez mais, a testar-nos”, afirmou.
O responsável pela morte das duas jovens continua a monte.
Os atentados estão a ser interpretados como resultado do aumento da tensão entre Israel e a Palestina nos últimos dias. Na noite de quinta-feira, as forças militares israelitas bombardearam vários alvos ligados ao grupo armado palestiniano Hamas no Sul do Líbano e na Faixa de Gaza.
Os bombardeamentos foram justificados por Israel como uma resposta aos mais de 30 rockets lançados contra o Norte do país a partir do Sul do Líbano, descritos pelas autoridades israelitas como a ofensiva mais alargada desde 2006. Apesar de o Governo israelita ter apontado a responsabilidade ao Hamas, o grupo palestiniano não reivindicou o lançamento dos rockets.
Na última semana, a tensão já tinha subido depois de a polícia israelita ter entrado na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, para expulsar um grupo de palestinianos que tentava impedir a entrada de judeus para sacrificar animais – uma espécie de desafio lançado por grupos religiosos extremistas.
A União Europeia deixou um apelo para que tanto israelitas como palestinianos tentem pôr fim à escalada da tensão. "Israel tem o direito a defender-se, ao mesmo tempo, qualquer resposta deve ser proporcional", disse o alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell. "A UE pede o fim imediato para a violência que está a ocorrer. Tudo deve ser feito para impedir que o conflito se expanda", acrescentou.
Apesar dos problemas de segurança, centenas de pessoas manifestaram-se este sábado em Telavive, naquela que foi a 14.ª semana consecutiva com protestos contra a reforma judicial que o Governo quer ver aprovada. Os seus opositores receiam que as medidas venham pôr em causa a independência do sistema judicial.