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Lucian Freud: a pintura da condição humana

Em Madrid, celebra-se o centenário do pintor inglês. Lucian Freud, Nuevas Perspectivas é a mais importante exposição da sua obra desde a sua morte, em 2011.

Foto
Bella e Esther (1988), retrato das duas filhas do pintor

Há artistas que parecem condenados a ter a sua obra subalternizada pelas características insólitas, escandalosas, míticas até, da sua biografia. Podemos andar para trás no tempo, e lembrar Caravaggio a fugir para Malta por ter assassinado alguém; Van Gogh e as estadias no hospital psiquiátrico; Picasso e as muitas mulheres; Francis Bacon e a dependência do álcool; e, para coroar esta lista, Lucian Freud, neto do fundador da psicanálise, frequentador da aristocracia como dos meios mais sórdidos da Londres do pós-guerra, amante de muitas mulheres, pai de muitos filhos e, talvez o mais escandaloso de tudo, literalmente pintor da carne nua e crua. Sem que isso, numa sociedade que ainda mantinha muito do puritanismo vitoriano, lhe colocasse qualquer problema.

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