Fechados sobre si mesmos, mar aberto à sua frente, os Lankum construíram um monumento
False Lankum, novo álbum de uma das mais arrojadas bandas a revolver a tradição para criar algo novo, é portentoso. “Não concebo a ideia de podermos ir longe demais”, diz a vocalista Radie Peat.
Não era uma prisão, mas era ali que passavam os dias, impossibilitados de viajar mais de cinco quilómetros em redor. Não era uma prisão, realmente. Uma torre Martello, uma das dezenas de fortes erguidos na costa irlandesa e britânica no século XIX para conter uma possível invasão das tropas de Napoleão. Edifício circular observando lá do alto, pensativamente, a imensidão de mar estendida à sua frente. Ali estiveram os Lankum, dia após dia nos dias do confinamento, rodeados de instrumentos, absorvidos por velhas canções animadas por espíritos perenes, a erguer um novo monumento chamado False Lankum.
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