TAP: Montenegro diz que Costa “pode assobiar para o lado” mas PSD exige explicações

Através das suas redes sociais, o líder do PSD acusou o primeiro-ministro de continuar sem falar sobre a TAP. Na sua opinião, os portugueses precisam de uma “posição pública do primeiro-ministro”.

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Luís Montenegro foi eleito líder do PSD em eleições directas em Maio do ano passado LUSA/FERNANDO VELUDO

O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou nesta quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, de "assobiar para o lado" em relação à TAP e voltou a exigir "explicações e consequências" do Governo, que considera ter "ministros moribundos nas teias do poder absoluto".

"TAP: ministros moribundos nas teias do poder absoluto e um PM a vender os milhões do PRR [Programa de Recuperação e Resiliência] conduzido pelos seus inefáveis publicitários", escreveu durante a manhã desta quinta-feira, na rede social Twitter, o líder social-democrata.

Segundo Montenegro, o primeiro-ministro "pode assobiar para o lado", mas o PSD "exige explicações e consequências".

Já na quarta-feira, o presidente do PSD tinha exigido ao primeiro-ministro que prestasse esclarecimentos urgentes sobre os desenvolvimentos na comissão de inquérito à TAP, e considerou que os ministros das Finanças, Infra-estruturas e Assuntos Parlamentares estão "moribundos e diminuídos politicamente".

"Os portugueses merecem e exigem com urgência uma posição pública do primeiro-ministro face a estes acontecimentos na TAP", afirmou Luís Montenegro, numa declaração na sede do PSD, no Porto.

"De que tem medo o doutor António Costa para prestar esses esclarecimentos ao país?", questionou na sua intervenção de quarta-feira.

O líder do PSD vincou que António Costa tem obrigação de dar explicações ao país porque governar é assumir responsabilidade e não sacudi-las para outros. "Doutor António Costa não se esconda atrás dos 50 assessores e especialistas de comunicação que lhe dizem para nunca falar da TAP", pediu Montenegro.

A comissão de inquérito à TAP teve esta semana as audições da presidente executiva da companhia aérea, Christine Ourmiéres-Widener, e da ex-administradora Alexandra Reis.

A presidente executiva (CEO) da TAP disse na noite de terça-feira que estava à espera de ser despedida, mas não por justa causa, após uma reunião com o ministro das Infra-estruturas, João Galamba, na manhã da conferência de imprensa do anúncio da exoneração.

A CEO da empresa revelou ainda que, na véspera, se reuniu com o ministro das Finanças, Fernando Medina, e que este lhe pediu que se demitisse, apesar do reconhecimento do "trabalho fantástico" da gestora.

No dia seguinte (quarta-feira), Alexandra Reis disse não ter dúvidas de que foi a vontade da CEO da TAP que levou à sua saída, embora tenha dúvidas quanto às razões, garantindo que não falou sobre a saída da empresa nem sobre a indemnização de meio milhão de euros com o ministro das Finanças quando foi convidada para o Governo.

A antiga administradora afirmou ainda que teria renunciado aos cargos na TAP sem contrapartida se o ex-ministro das Infra-estruturas Pedro Nuno Santos ou o ex-secretário de Estado Hugo Mendes lhe tivessem dito que preferiam que renunciasse.

Sobre a indemnização, Alexandra Reis disse aos deputados que insistiu pelo menos três vezes com a TAP para saber qual o montante líquido a devolver da indemnização de meio milhão de euros, estando ainda a aguardar informação.