Desporto federado sofreu quebra em 2021, mas dá sinais de recuperação
Relatório do INE aponta para diminuição acentuada de clubes e praticantes no período pós-covid, mas também para um recrudescimento no alto rendimento e nos títulos profissionais.
O desporto federado português começou, no ano passado, a corrigir a trajectória de quebra motivada pelo impacto da covid-19 durante os anos de 2020 e 2021. De acordo com o relatório Desporto em números 2022, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), quer no domínio do alto rendimento, quer na emissão de títulos profissionais já se regista uma recuperação evidente.
Os dados relativos a 2022 não estão ainda totalmente coligidos, mas a informação disponível já permite concluir que há sinais de retoma. Neste período, os praticantes com estatuto de alto rendimento subiram 28,5%, de 554 para 712, voltando a aproximar-se dos valores pré-covid (761), o mesmo acontecendo com os árbitros (de 30 para 106).
Outra das rubricas que já dispõe de informação referente ao ano passado é a dos títulos profissionais emitidos, que segue a mesma tendência. O número de treinadores disparou de 3982 para 5564, o máximo dos últimos cinco anos, enquanto os técnicos de exercício físico superaram a barreira dos dois milhares (2040, em vez dos 1634 de 2021).
Face a esta realidade, é de esperar que o total de atletas federados (apuramento que ainda não está concluído) siga idêntica tendência, até porque o comportamento nos quatro anos anteriores foi sensivelmente o mesmo dos parâmetros referidos: houve uma subida de 2018 para 2019 (de 667.715 para 688.894), seguida de uma quebra em 2020 (587.812) e 2021 (483.829). No número de clubes, entre 2018 e 2021 houve um decréscimo superior a um milhar, de 10939 para 9893 (menos 10,6% do que no ano anterior).
De resto, algumas das informações parcelares reveladas por federações corroboram esta visão de recrudescimento, como atestam os dados divulgados, em Maio de 2022, pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que deu conta de um recorde no número de praticantes federados (197.060), divididos entre o futebol, o futsal e o futebol de praia.
Neste estudo, e neste caso com dados referentes a 2021, também foi possível confirmar que o futebol continua a ser, de longe, a modalidade com maior número de praticantes (26% do total, com 126.006 atletas federados), seguido da natação (9,7%), voleibol (8,4%) e andebol (6,5%). Nos desportos com maior número de inscritos, os homens predominam essencialmente no futebol (93,3%) e andebol (57,9%), ao passo que as mulheres se destacam na ginástica (86,8%), patinagem (56,5%), voleibol (55,1%) e natação (52,6%).