Barcelona deixou qualquer coisa para o Real Madrid que goleou na Catalunha
Benzema, com três golos, tratou de garantir que ainda vai sobrar algo para o Real Madrid nas provas domésticas.
Em menos de três meses, Barcelona e Real Madrid encontraram-se três vezes para resolver assuntos. O primeiro foi a Supertaça – que o Barcelona arrebatou. O segundo foi o campeonato – que o Barcelona praticamente selou, agarrando-o com nove dedos. Nesta quarta-feira, porém, os catalães deixaram qualquer coisa para a equipa da capital espanhola.
Na meia-final da Taça do Rei, o Real foi a Barcelona vencer por 4-0, resultado que permite à equipa de Carlo Ancelotti reverter a derrota por 1-0 sofrida na primeira mão e agendar duelo com o Osasuna na final da competição. E é Karim Benzema quem merece que lhe paguem o jantar nesta noite, depois de três golos marcados.
Na primeira parte o Real pareceu ter oferecido ao Barcelona algo que os catalães não quiseram aceitar. Com Camavinga a lateral-esquerdo, por via da ausência de Mendy, o Real teve um jogador completamente “fora dela”. Apesar de não ter sido a primeira vez na posição, o médio francês comportou-se como tal e assumia posições de centrocampista no momento ofensivo.
O problema é que muitas vezes não recuperou a tempo a posição de lateral, no momento defensivo. E, quando o fazia, não era especialmente culto na ocupação dos espaços. Fosse a cobrir o espaço interior, a definir os tempos de ataque à bola ou a dobrar o central, Camavinga pareceu oferecer ao Barcelona algo bom para explorar.
E se o francês não teve uma das piores noites da carreira futebolística foi porque o Barcelona, com Ronald Araújo no lado direito da defesa, pouco apoiou Raphinha no “ataque” a Camavinga – que no um contra um puro acabava por conseguir cumprir.
Houve até uma predisposição clara de Lewandowski para cair do lado direito sensivelmente a partir da meia hora, algo que criou um par de desequilíbrios.
Um deles, aos 45’, teve Raphinha na zona interior e “Lewa” por fora, com o polaco a “enganar” Camavinga e a bater o francês antes de rematar para uma grande defesa de Courtois.
No contra-ataque, golo. O Real, inofensivo até então – tal como o Barcelona, diga-se –, teve finalização de Vinícius.
Aos 50’, o Real mostrou por que motivo é uma das melhores equipas do mundo. Encostou três jogadores ao corredor direito, atraiu quatro adversários (algo ingénuos naquele momento) e, com triangulações, pôde atacar o espaço central dos catalães, que tinha quatro jogadores a menos, com muito espaço. Modric conduziu com categoria e foi Benzema quem finalizou.
Aos 58’, um drible de Vinícius teve uma abordagem falhada de Kessié, que o pisou. Penálti para Benzema, golo para o Real.
E o Real é isto: mesmo sem ser “mandão” ou especialmente criativo, a equipa virou um jogo com relativa facilidade – ora em movimentos colectivos já trabalhados há anos, ora em jogadas individuais dos craques.
Depois, tratou-se de controlar o jogo. O Real, adulto e habituado a momentos deste tipo, conseguiu ter o Barcelona a correr atrás da bola e fazer passar os minutos sem grandes momentos de perigo.
Aos 84', se é que ainda havia alguma dúvida, Benzema tratou de a dissipar. Marcou novamente após um contra-ataque e selou o hat-trick.