No Algarve, Abril é mês de Verão Azul

A 11.ª edição do festival algarvio dirigido pela dupla Ana Borralho & João Galante arranca nesta quinta-feira. Até 16 de Abril passará por Lagos e Loulé com nomes como Tami T, Odete, Xexa ou Nídia.

teatro,cinema,culturaipsilon,danca,musica,algarve,
Fotogaleria
Nídia, da Príncipe Discos, actua tanto em Lagos como em Loulé durante o Verão Azul Marta Pina
teatro,cinema,culturaipsilon,danca,musica,algarve,
Fotogaleria
Xexa, da Príncipe Discos, passa só por Lagos no Verão Azul Renato Chorão
teatro,cinema,culturaipsilon,danca,musica,algarve,
Fotogaleria
Tami T actua na mesma noite que Odete no Verão Azul, em Lagos Tami T
teatro,cinema,culturaipsilon,danca,musica,algarve,
Fotogaleria
Drink Rum With Expats é o espectáculo da dupla britânica Sh!t Theatre DR

O som é o mote da 11.ª edição do festival algarvio Verão Azul, que arranca em Lagos nesta quinta-feira. Até dia 16 de Abril, passam, primeiro e até domingo, pela cidade em que arranca o festival, depois, a partir de dia 13, por Loulé, nomes de múltiplas áreas das artes contemporâneas, como João Felgueira, Sh!t Theatre, Tami T, Odete, João dos Santos Martins, João Polido, Vil, Hetta, Félicia Atkinson, Tânia Carvalho, Xexa, Nídia, Piny e Carincur. São concertos, exposições, performance, teatro ou dança, e ainda documentários de Antonia Buresi & Lola Quivoron, Lisa Rovner e Stéphane Riethauser.

O festival bianual da dupla de artistas Ana Borralho & João Galante é este ano programado a seis mãos, com a colaboração de Daniel Matos, artista multidisciplinar algarvio que é sucessor de Catarina Saraiva na tarefa. Para esta edição, decidiram, conta Galante ao PÚBLICO, "não estar tão preocupados em ter categorias", preferindo focar-se "no som, na ideia do som ligado ao que for". Isso levou, continua, a que o evento ganhasse "um pendor mais musical, mais virado para concertos". "É um festival de artistas, nós não somos curadores de profissão", assinala.

As sugestões de cada um vêm do que os próprios programadores queriam ver e já partilhavam entre eles, contam. "Já trabalhávamos juntos, sabemos o que é que cada um gosta, há sempre esta troca de 'OK, estou a ouvir isto', e de repente tornou-se fácil encontrar esta relação" na dinâmica de co-programação, adiciona Daniel. As escolhas estão também dependentes "da capacidade financeira", lembra Ana Borralho. "Algumas propostas são postas de lado porque não conseguimos trazer equipas muito grandes e pessoas dos Estados Unidos", comenta. Há um nome que ficou de fora: Jonathan Uliel Saldanha, que estava a preparar um espectáculo com um coro local, mas um imprevisto fez com que, a quase duas semanas do festival, esse evento fosse cancelado.

Daniel explica que decidiram "apresentar artistas tanto na cidade de Lagos, quanto na cidade de Loulé", com repetição de convidados, "ao contrário de edições anteriores, em que se tentava fazer uma edição para cada cidade". "Tentámos trazer projectos que ainda não tenham sido apresentados a sul de Portugal, a que é raro termos acesso." Entre os eventos que se desdobram pelas duas fases do festival inclui-se a exposição colectiva No, Future, No Cry, com David OReilly, Fernando J. Ribeiro, Rui Palma, Maayan Sophia Weisstub e Static.drama. Mas a repetição passa também pelo lançamento do número 8 da publicação Coreia, apresentado pelo seu director editorial, João dos Santos Martins, com uma sessão de escuta de João Polido.

Há ainda, nas duas cidades, o documentário Headshot, de Antonia Buresi e Lola Quivoron, que foca a performance Gatilho da Felicidade, dos directores do festival, o concerto dos metaleiros lacobrigenses Vil e dos montijenses do hardcore/pós-hardcore/screamo Hetta, cruzando os sons locais e o que vem de fora, e Madmud, a actuação da coreógrafa Tânia Carvalho, aqui mais focada na sua componente musical, bem como o set de Nídia, a produtora e DJ da Príncipe Discos. Daniel Matos fala da forma como as áreas de cada artista se foram cruzando, dando o exemplo de Tânia Carvalho. "É coreógrafa e artista visual, mas só vamos trazer um concerto dela, que produz o som das próprias peças, sem qualquer tipo de referência à dança física."

Os exclusivos de Lagos são a performance Screen-Inator, de João Felgueira, o espectáculo Drink Rum with Expats, do duo britânico Sh!t Theatre, e as actuações de Tami T, Odete na "noite mais queer a nível musical" do festival, como descreve Daniel, e de Xexa, também da Príncipe Discos, só acontecem em Lagos, tal como a exibição do documentário Sisters with Transistors, de Lisa Rovner, e o concerto da francesa Félicia Atkinson. Isso e os workshops/laboratórios só para estudantes do programa Erasmus+. Loulé, por sua vez, é o único palco de um concurso de slam poetry, da exibição do documentário Madame, de Stéphane Riethauser, do espectáculo de dança HIP: A Pussy Point of View, de Piny, com música de Batida, e da performance/concerto de Carincur, Echos From a Liquid Memory / Prototype Version.

Sugerir correcção
Comentar