Operação Conversus: aprendidas 1621 armas e detidos 22 traficantes
Operação foi coordenada pela Europol e envolveu 31 países. Em Portugal a PSP apreendeu 35 armas de alarme, 385 munições de alarme e registaram 22 autos de notícia por contra-ordenação.
Numa operação de combate ao tráfico de armas, coordenada pela Europol, que juntou polícias de 31 países, foram detidos 22 suspeitos de tráfico e apreendidas 1621 armas, 24.735 cartuchos de munição e explosivos. Ao todo foram feitas 143 buscas domiciliares.
Em Portugal, foi a Polícia de Segurança Pública (PSP), que participou na Operação Conversus. Em comunicado a PSP informou que os cerca de 90 polícias do Departamento de Armas e Explosivos e Núcleos de Armas e Explosivos dos Comandos da PSP apreenderam 35 armas de alarme e 385 munições de alarme e registaram 22 autos de notícia por contra-ordenação.
Segundo a Europol, como a aquisição de armas de fogo ilegais se tornou cada vez mais difícil e cara, os indivíduos e o crime organizado frequentemente recorrem a armas de alarme e sinalização convertidas.
“Este tipo de armas tornou-se muito apetecível para os criminosos, pois alguns modelos provaram ser facilmente convertidos para descarregar munições reais”, sublinha a Europol, que revela ainda que, “a maioria das armas de alarme e sinalização apreendidas eram modelos produzidos na Turquia”.
Refere a Europol que estas armas foram importadas para a União Europeia e colocadas à venda legalmente na Bulgária e noutros Estados-Membros, mas, uma vez vendidas, muitas vezes eram traficadas através das fronteiras e convertidas em armas letais noutros países dentro ou fora da UE.
Participaram nesta acção coordenada os seguintes países: Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Letónia, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Albânia, Kosovo, Montenegro, Macedónia do Norte, Noruega, Sérvia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido.
Esta operação, conhecida como Conversus, foi liderada pela polícia nacional Romena, no âmbito da Plataforma Multidisciplinar Europeia Contra Ameaças Criminosas (EMPACT). Culminou numa semana de acção coordenada pela Europol entre 20 e 24 de Fevereiro de 2023, envolvendo polícias de 31 países, juntamente com a Eurojust e a Comissão Europeia.
A actividade da EMPACT no que diz respeito a armas de fogo ilícitas visa reunir informação para permitir que os Estados-Membros tomem medidas operacionais contra pessoas que compram, convertem ou traficam armas de alarme e sinalização ilegalmente.
De acordo com a Europol houve uma prévia recolha de informação, nomeadamente por parte da polícia nacional da Roménia e de polícias de outros países da UE, que reuniu dados sobre supostos traficantes de armas.
A Europol analisou os dados e elaborou pacotes de inteligência para informar os países sobre alvos e a vendas de armas. Foi com base nesses dados que cada país procedeu às detenções e apreensões.