Sindicato diz que greve na EasyJet fez cancelar 220 voos

Paralisação dos tripulantes de cabina em Portugal afectou as operações da companhia aérea nos dias 1, 2, e 3 de Abril.

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Governo estipulou a realização de serviços mínimos nos três dias de greve Bruno Lisita

A greve dos tripulantes de cabina da EasyJet levou ao cancelamento de 220 voos nos três dias de paralisação, segundos os dados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) divulgados esta segunda-feira. A greve decorreu três dias, entre sábado, dia 1 de Abril e hoje, dia 3.

De acordo com os dados do SNPVAC, realizaram-se os 52 voos de serviços mínimos que tinham sido estipulados através de despacho do Governo, a que se somam quatro voos “efectuados por chefias da EasyJet que têm licença para voar”. Excluindo estes quatro voos, diz o sindicato, “a greve teve uma adesão de 100%” no âmbito dos tripulantes ligados às bases de Portugal. O dia com mais cancelamentos foi o de hoje: segundo o SNPVAC, estavam programados 94 voos, tendo 78 sido cancelados.

"Contrariamente ao que a empresa pretende fazer passar", afirmou o SNPVAC em comunicado enviado esta segunda-feira aos seus associados, "a operação não foi apenas afectada em 20%! Ou quererá ela referir-se a este número com reporte ao total da sua operação na EasyJet Europa, incluindo todos os países (Espanha, França, Alemanha, Itália e Portugal)?"

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"Esperamos que a EasyJet faça a leitura correcta de tudo” e “reconheça que ela é a única responsável por todos os cancelamentos que ocorreram nos últimos três dias e que causaram enorme transtorno aos passageiros”, acrescentou o SNPVAC. A luta, diz este sindicato "iniciou-se com uma força inegável, a qual devemos recordar para as futuras batalhas que se adivinham, caso a EasyJet mantenha a sua intransigência".

SNPVAC fala em perda de poder compra

Em comunicado distribuído nas vésperas da greve, a direcção do SNPVAC afirmou que tinha feito "tudo" para evitar o cenário de greve. “A mesma empresa que nos acusa agora de extremistas esqueceu-se que nos últimos 11 anos viveu uma paz social proporcionada pelos tripulantes portugueses e por este sindicato.”

“A empresa continua a apoiar-se numa política de baixos salários dos tripulantes das bases portuguesas para manter os seus trabalhadores com as condições mínimas para operar, apesar dos lucros provenientes do nosso mercado”, referiu o SNPVAC.

Esta foi a primeira paralisação de tripulantes de cabina da EasyJet em Portugal, depois de um pré-aviso de greve que esteve marcado em 2017 mas que acabou por ser desmarcado.

“Estamos a fazer todo o possível para minimizar o impacto da greve aos nossos clientes, e, sempre que possível, cancelamos alguns voos com antecedência para dar aos clientes a opção de mudarem para outro voo gratuitamente ou obterem um reembolso”, afirmou por seu lado fonte oficial da transportadora aérea, liderada em Portugal por José Lopes.

Num comunicado de 9 de Março, o SNPVAC mencionou a existência de um “clima de tensão e desagrado pelo longo impasse na resolução de diversos diferendos laborais”.

De acordo com o sindicato, as “bases e as rotas portuguesas estão entre as mais rentáveis na rede”, acrescentando que, “devido à conjuntura económica, os trabalhadores da EasyJet têm perdido poder de compra ao longo dos últimos três anos”.

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