Em cativeiro há mais de 50 anos, a orca Tokitae vai finalmente ser libertada
O animal vai ser libertado “entre os próximos 18 e 24 meses” depois da organização Friends of Toki ter chegado a acordo com o Miami Seaquarium.
Tokitae, uma orca de 57 anos, viveu quase toda a vida em cativeiro. Foi capturada quando tinha quatro anos com mais 50 destes mamíferos para participar em espectáculos de animais marinhos. Cerca de 12 não sobreviveram.
Ao longo de vários anos, defensores dos direitos dos animais apelaram à libertação do animal até que, esta quinta-feira, o pedido foi aceite. Tokitae, ou Lolita, como era conhecida quando actuava para os visitantes do Miami Seaquarium, vai viver para um santuário marinho “entre os próximos 18 e 24 meses”, lê-se no comunicado do oceanário. É a orca que está há mas tempo em cativeiro.
A decisão surge depois de um “acordo formal e obrigatório” entre o grupo de activistas Friends of Toki, que contou com o apoio financeiro do filantropo Jim Irsay, e o oceanário.
“Se trabalharmos com o mesmo objectivo, muitas outras organizações podem alcançar grandes objectivos e tornar viável algo que era um sonho fracassado”, afirma Eduardo Albor, responsável pelo The Dolphin Company, entidade que detém o Miami Seaquarium, no mesmo documento.
Tokitae está em cativeiro há mais de cinco décadas e, escreve o Guardian, viveu sempre no recinto mais pequeno para orcas da América do Norte. A água provocou-lhe infecções na pele e os peixes que comia, muitas vezes já podres, causaram-lhe problemas intestinais.
Num comunicado de Dezembro de 2022, o Miami Seaquarium anunciava que a saúde da orca estava a melhorar e que o animal estava a ser acompanhado diariamente por um grupo de veterinários e por membros da organização Friends of Toki.
Mas apesar de a libertação estar garantida, os problemas de saúde geram dúvidas sobre se aguentará ser levada até ao santuário. Paralelamente, o facto de estar em liberdade significa que as infecções que apanhou se podem alastrar a outras orcas.
O caso de Tokitae não é o único. Em Janeiro, um vídeo publicado nas redes sociais mostrava a orca Kiska, que esteve em cativeiro durante 40 anos, a bater com a cabeça no vidro do aquário, sinal que para o ex-treinador do animal interpretava como sinal de desespero.
A luta para libertar o mamífero também decorria há vários anos, mas sem efeito. Kiska acabou por morrer a 9 de Março no parque Marineland, no Canadá.