PJ detém família suspeita do crime de tráfico de pessoas. Vítima era escravizada há 23 anos

Suspeitos recrutavam pessoas “fragilizadas”, com promessas de emprego em explorações agrícolas em Espanha e Portugal. Vítima resgatada era escravizada há 23 anos e vivia em “condições desumanas”.

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Suspeitos detidos pela PJ ficaram em prisão preventiva Daniel Rocha

Dois homens e uma mulher, com 35, 52 e 53 anos de idade, e que pertencem à mesma família, foram detidos pela presumível autoria dos crimes de tráfico de pessoas, para fins de exploração laboral e escravidão, anunciou a Polícia Judiciária (PJ) esta sexta-feira.

A investigação, levada a cabo pela Directoria do Centro da PJ, concluiu que os suspeitos intermediavam junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão-de-obra para trabalhos agrícolas em Portugal e em Espanha.

No decurso das investigações, que contaram com a colaboração da Guarda Nacional Republicana (GNR), foi resgatada, em Novembro passado, uma mulher de 36 anos com um filho menor, que se encontrava escravizada pelo grupo há 23 anos. Vivia em Castelo Branco, "num anexo da habitação dos suspeitos, em condições desumanas", detalha a PJ.

"Além de trabalhar sem qualquer tipo de remuneração em várias campanhas agrícolas, era obrigada a entregar as prestações sociais que mensalmente recebia", diz ainda esta polícia, em comunicado.

De acordo com a PJ, os suspeitos mantinham "as vítimas controladas sob ameaça e coacção" e ficavam com grande parte do dinheiro que os empresários lhes entregavam para pagamento dos salários dos trabalhadores.

"Os arguidos, de forma concertada e organizada, desde há vários anos a esta parte, vinham recrutando pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social, que ludibriavam com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal", acrescenta a PJ.

Depois de presentes às autoridades judiciárias para primeiro interrogatório, os detidos ficaram em prisão preventiva.

A investigação contou ainda com a colaboração das Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos, assim como dos Comandos Distritais da Polícia de Segurança Pública de Castelo Branco e de Portalegre.

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