Crianças de grupos de risco devem tomar vacina da BCG em duas semanas

Vacinação com a vacina BCG deixou de ser universal em 2016 para passar a ser apenas direccionada às crianças com factores de risco individuais ou comunitários para a tuberculose.

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Crianças de grupos de risco devem ser vacinadas ainda na maternidade ou até duas semanas após o nascimento Gregorio Cunha/Arquivo

A Direcção-Geral de Saúde (DGS) vai reforçar a estratégia de vacinação contra a tuberculose com a vacina BCG em crianças pertencentes a grupos de risco, imunizando-as, quando possível, ainda na maternidade ou no prazo máximo de duas semanas.

Em 2016, a vacinação com a vacina BCG deixou de ser universal para passar a ser apenas direccionada às crianças com factores de risco individuais ou comunitários para a tuberculose. E ainda que esteja relativamente estável, com 6,1 casos por 100 mil crianças até aos cinco anos, a tuberculose infantil resultou, em 2021, em sete casos graves e uma morte, segundo dados recolhidos pelo Jornal de Notícias. Entre os casos graves, apenas uma das crianças estava vacinada com a BCG.

"A epidemiologia da tuberculose em crianças está mais ou menos estável, mas continuam a surgir casos esporádicos e alguns deles não foram vacinados e identificados", explicou ao mesmo jornal a coordenadora do Plano Nacional de Vacinação, Teresa Fernandes, para quem "continua a fazer sentido a estratégia de vacinação de grupos de risco".

A vacina é, por isso, importante para prevenir os casos mais graves da doença, como a tuberculose disseminada e meníngea. "Estima-se que a sua eficácia possa atingir os 80%, sendo mais eficaz quanto mais cedo for administrada, após o nascimento", refere a norma, que foi recentemente actualizada.

A DGS reforça agora que devem ser imunizadas as crianças com menos de seis anos de idade, "pertencentes a grupos de risco" e sem história prévia de tuberculose. E deve acontecer o mais precocemente possível. A vacinação deve ser feita "no prazo máximo de duas semanas, mesmo que isso implique abrir um frasco por criança", ainda na maternidade ou nos cuidados de saúde primários, detalha a norma.

Como grupos de risco, a DGS define que devem ser vacinadas as crianças que vivam ou convivam com pessoas com antecedentes de tuberculose activa, que sejam naturais de países com elevado risco da doença, que estejam infectados com VIH/SIDA, que tenham dependência de álcool ou de drogas nos últimos cinco anos, ou que tenham sido reclusas num estabelecimento prisional há menos de cinco anos.

Devem ainda ser vacinadas se forem naturais de países de elevado risco ou viverem em comunidades onde se concentre um elevado número de casos. Se forem viajar para países onde a doença está muito presente, devem também ser imunizadas, sobretudo se a estadia for superior a três meses, refere a norma.

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