Pilotos desmarcam greve da TAP prevista para a Páscoa
Paralisação prevista pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) para o fim-de-semana da Páscoa vai ficar sem efeito.
O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) anunciou esta quarta-feira à tarde que “será levantado nas próximas horas o pré-aviso de greve dos pilotos da TAP”, que tinha sido anunciado a 23 de Março, e que teria efeitos nos dias 7 (Sexta-feira Santa), 8, 9 e 10 de Abril.
Em comunicado, o sindicato diz que a sua direcção “apenas hoje [quarta-feira] foi notificada pela comissão executiva da TAP de que o protocolo para revisão das condições impostas pelo acordo temporário de emergência está validado por parte do accionista, representado pelo Ministério das Finanças e Ministério das Infra-estruturas”.
Na segunda-feira, o Eco adiantou que as Finanças tinham dado o seu aval ao acordo, o que foi confirmado pelo PÚBLICO nesse dia.
“Ficam assim sanados alguns dos maiores obstáculos ao entendimento entre as partes, nomeadamente na situação de coexistirem pilotos ainda abrangidos pelo processo de despedimento colectivo com a contratação simultânea de outros pilotos, resultando assim numa maior retenção de talento”, disse esta quarta-feira o SPAC.
Antes, o presidente do sindicato, Tiago Faria Lopes, já tinha afirmado que a greve “nunca teria sido marcada se o ministro das Finanças”, Fernando Medina, “tivesse validado o pré-acordo na data em que estava prevista”.
Para o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, a concretização de uma greve dos pilotos da TAP na Páscoa teria “consequências dramáticas” para o sector.
Esta quarta-feira, o sindicato destacou que no protocolo negociado está o “acordo sobre a integração de pilotos despedidos face à necessidade de contratação e retenção de talento”, o “pagamento aos oficiais pilotos com funções de comando em cruzeiro”, o “pagamento do dia de serviço de assistência no aeroporto e dos simuladores”, as “mesmas medidas aplicadas recentemente a outras classes profissionais” e o compromisso de “compensar em Abril e Maio as rubricas referentes à ajuda de custo complementar e o seu acerto anual, com retroactividade a Março”.
Depois de ser conhecido este acordo, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) também já veio exigir a “reintegração imediata” dos tripulantes de cabina que foram alvo de despedimento colectivo.