Pedro Soares dos Santos: Diálogo com a distribuição é possível “desde que o Governo se torne honesto”

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins, classifica como “desonestidade intelectual” as declarações sobre as margens da distribuição e acusa o ministério de “denegrir a imagem do sector”.

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Pedro Soares dos Santos, presidente do grupo Jeronimo Martins MARIA ABRANCHES

Nas medidas de combate à inflação alimentar, Portugal – disse-o esta sexta-feira o ministro das Finanças – optou por um modelo tripartido (entre Estado e sectores de produção e distribuição alimentares, com quem está a negociar) e híbrido entre aquilo que França e Espanha já tinham feito. Madrid optou por reduzir o IVA num conjunto de produtos alimentares, deixando à distribuição a responsabilidade de o passar aos consumidores, Paris optou por chamar os principais distribuidores e obter deles o compromisso na estabilização e redução ao preço mínimo possível. Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins SGPS, em entrevista concedida antes do anúncio do Governo de criar um cabaz alimentar em que a produção se comprometa a estabilizar preços para que a distribuição possa repassar ao consumidor a efectivação da descida do IVA –, demonstra preferência pela diminuição da carga fiscal. E, apesar da tensão recente criada pelo ministro da Economia, António Costa Silva, sobre as margens brutas do sector, acredita que as negociações com o Governo chegarão a bom porto.

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