Comissão Europeia anuncia acordo com Alemanha para banir venda de carros poluentes em 2035

Acordo entre Comissão Europeia e Alemanha permite venda de veículos com motores de combustão interna, mas só se estes usarem combustíveis sintéticos.

Foto
Acordo entre Comissão Europeia e Alemanha foi anunciado este sábado Fabrizio Bensch

Era uma hipótese que estava a ser estudada e recebeu, este sábado, “luz verde” da Comissão Europeia: a partir de 2035, só será possível a venda de novos carros com motores de combustão interna se estes usarem combustíveis sintéticos produzidos a partir de energia renovável. Ou seja, irá mesmo avançar a proibição à venda de carros que funcionam a combustíveis fósseis, poluentes para o ambiente.

A alternativa apresentada esta manhã representa uma solução para a disputa levantada pela Alemanha, após o anúncio de um ponto final definitivo aos carros com motores de combustão a partir de 2035. Os responsáveis germânicos defendiam a excepção de veículos que funcionem a biocombustíveis desta proibição, existindo a possibilidade de ser desenvolvida tecnologia para que os veículos não funcionassem caso fossem abastecidos com combustíveis fósseis.

A decisão foi anunciada na manhã deste sábado no Twitter, através de uma publicação de Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia e líder dos trabalhos relacionados com o Pacto Ecológico Europeu.

“Chegámos a acordo com a Alemanha sobre o uso futuro de combustíveis ecológicos nos carros. Vamos trabalhar agora em conseguir adoptar o mais rapidamente possível os regulamentos sobre os padrões de CO2”, escreveu o responsável, adiantando que a Comissão vai “dar seguimento célere” aos “passos legais” necessários para tornar o acordo efectivo.

Já o ministro dos Transportes germânico, Volker Wissing, confirmou que os veículos com motores de combustão podem ser vendidos a partir de 2035, desde que usem combustíveis sintéticos, neutros nas emissões de dióxido de carbono.

A Alemanha não estava sozinha nesta oposição ao corte definitivo das vendas de motores de combustão interna. Já esta sexta-feira, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, tinha-se mostrado confiante de que as regras sobre as emissões dos veículos podiam ser alteradas, colocando-se ao lado dos responsáveis germânicos. "Tem existido uma convergência entre nós [Itália] e a Alemanha, na tentativa de dizer que os [carros] eléctricos não são a única opção", afirmou a líder do Governo italiano em Bruxelas, citada pela agência Reuters.

O entendimento põe assim um ponto final à oposição minoritária liderada por Berlim. Em Fevereiro passado, foi aprovada uma legislação no Parlamento Europeu que proíbe a venda de carros novos ligeiros de passageiros e de mercadorias a gasolina ou a gasóleo na União Europeia a partir de 2035. A lei recebeu 340 votos a favor, 279 contra e 21 abstenções.

Sugerir correcção
Ler 26 comentários