O lixo, arma de destruição maciça
Uma grande metrópole como Paris é pelo menos tão vulnerável pela acumulação dos dejetos que produz quanto pela privação dos bens que a alimentam.
Em Paris, numa das frentes de contestação à nova lei das reformas decretada pelo governo de Emmanuel Macron, estão os trabalhadores da recolha do lixo, os éboueurs, dos quais uma parte significativa está em greve. Esta classe profissional que será sempre vista, em termos simbólicos, como aquela que ocupa o lugar de delimitação entre dois mundos, o do conforto material e sanitário proporcionado pela sociedade de consumo e o dos restos a que esse mundo dá origem em abundância, é responsável pela imundície que se amontoa por estes dias nas ruas de Paris, utilizando assim a táctica da guerra escatológica.
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