Natalia Ginzburg: o que se ouve no silêncio de um insecto

A descoberta da política na Itália de Mussolini e as tensões familiares e íntimas num dos períodos mais conturbados da história de Itália. Uma das grandes autoras europeias: Natalia Ginsburg.

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Natalia Ginzburg: uma escrita misteriosamente íntima Leonardo Cendamo/Getty Images

O retrato de uma mulher morta na parede de casa de uma família da burguesia decadente. Chegamos a vislumbrá-la brevemente. “Sentada com um chapéu de plumas e um longo rosto cansado e assustado”. Morreu jovem, depois do nascimento do seu quarto filho, uma rapariga chamada Anna. É pelo silêncio dessa fotografia que entramos no terceiro romance de Natalia Ginzburg (nascida Levi, em 1916, na Sicília), nome felizmente ressurgido e do qual nos vão chegando livros, em primeira edição portuguesa ou em reedição depois de muitos anos. Como este Todos os Nossos Ontens, exemplo de uma escrita misteriosamente íntima, mesmo quando fala de guerra, de revolução, de combate político. E estranhamente actual mais de 70 anos depois de ter sido escrito.

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