Sondagem: maioria concorda com venda da TAP, mas não a qualquer preço
Inquérito de opinião para o DN, JN e TSF revela que a maioria dos inquiridos concorda com a demissão da cúpula da TAP, mas considera que o ministro das Finanças também deveria ter saído.
Quase três quartos dos inquiridos concordam com a privatização da TAP, mas não a qualquer preço. Uma sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF revela que a principal fatia dos que aceitam a venda da companhia aérea considera que esta só deve ser feita se o Governo conseguir encaixar mais do que os 3,2 mil milhões de euros injectados na companhia pelo executivo de António Costa. De resto, o inquérito de opinião indica que os portugueses viram com bons olhos a demissão dos líderes da TAP mas consideram que o ministro das Finanças, Fernando Medina, também devia ter saído.
De acordo com a sondagem, 74% dos inquiridos concordam com a venda da empresa, 16% consideram que a TAP deve continuar a ser uma empresa do Estado e não ser privatizada e 10% não têm opinião.
Entre os que concordam com a venda – que o executivo de António Costa tem em preparação – 30% (quase um terço) defende que esta só deve ser feita se os privados pagarem acima do valor dos apoios recebidos pela empresa. Já 27% defendem que a empresa deve ser privatizada mas o Estado tem que manter-se como accionista – apontando para uma privatização parcial – e 17% consideram que a TAP deve ser privatizada mesmo que o preço fique abaixo dos apoios públicos.
Quanto aos desenvolvimentos políticos registados até ao momento, a sondagem revela que 66% dos inquiridos concorda com a demissão dos administradores da TAP (38% respondeu que concorda totalmente e 28% concorda).
Quanto à decisão do primeiro-ministro de manter Fernando Medina como ministro das Finanças, 55% dos inquiridos considera que Medina devia ter sido demitido. Já 27% consideram que fez bem em manter o ministro e 18% não tem opinião.
O ministro das Finanças não fazia parte do Governo de António Costa quando a TAP pagou uma indemnização de 500 mil euros à ex-administradora Alexandra Reis (em Fevereiro de 2022). A gestora, que saiu da companhia aérea incompatibilizada com a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, foi contratada em Julho do mesmo ano para presidente da empresa que gere o espaço aéreo nacional – a NAV – e em Dezembro por Fernando Medina para secretária de Estado do Tesouro.