No Name Boys lideram lista de incidentes na época 2022-23

Dados foram apresentados esta quinta-feira em seminário sobre violência no desporto. Grupos dos “três grandes” e Sp. Braga representam 82,4% do total de incidentes.

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A maioria dos incidentes está relacionada com a posse e deflagração de artefactos pirotécnicos MIGUEL MANSO/ARQUIVO

Elementos dos No Name Boys foram responsáveis por 401 incidentes na época desportiva 2022-23, de acordo com os dados apresentados esta quinta-feira num seminário sobre violência no desporto promovido pela Polícia de Segurança Pública (PSP). O grupo de adeptos ligado ao Benfica é líder destacado na contabilização feita pela força policial, seguidos pela Juventude Leonina (afecta ao Sporting, com 172 incidentes) e Super Dragões (ligados ao FC Porto, com 138 incidentes).

O comissário Ricardo Conceição, responsável pela apresentação dos dados, adianta que a maioria dos incidentes está relacionada com a posse e deflagração de artefactos pirotécnicos.

No total, há 313 adeptos banidos de recintos desportivos. Dos incidentes registados em território nacional, dois terços foram causados por elementos de grupos organizados de adeptos. Algo que, relembra Ricardo Conceição, é um peso excessivo para um conjunto de adeptos que costuma representar entre cinco e dez por cento da lotação total dos estádios.

O número de incidentes da presente época já superou o total registado na época passada, quando ainda faltam mais de dois meses para o final da temporada.

Outra das preocupações da PSP prende-se com a presença cada vez mais notória da chamada “cultura casual” nas principais claques. Esta subcultura radical com origem em Inglaterra é caracterizada pela procura de violência nos espectáculos desportivos: em alguns casos, chegam a ser combinados encontros entre grupo rivais para rixas em locais públicos.

O fanatismo é levado ao extremo, com os membros dos “casuals” a procurarem por todos os meios fugir ao controlo policial. Nas deslocações a estádios rivais, dão preferência a viagens em viaturas particulares, procurando furar as caixas de segurança montadas pelas forças policiais.

“Especialmente a partir de 2013, os adeptos de risco passaram a ter um código de conduta diferente”, alerta o comissário Ricardo Conceição, dizendo que, para estes elementos, a violência é “um fim em si mesmo”.

A PSP realiza, entre quinta e sexta-feira, um seminário intitulado Estado de Sítio, uma reflexão que abrange vários sectores da sociedade sobre o fenómeno da violência no desporto. Esta é a quarta edição do evento e, pela primeira vez, realiza-se na cidade do Porto. A sessão de encerramento contará com a intervenção do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia.

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