As más condições laborais e salariais, o cansaço e o stress geraram uma crise nos profissionais de saúde da Europa, que é urgente enfrentar, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Não há tempo a perder. Um sistema de saúde é tão forte quanto o pessoal de saúde que o apoia. Se tivermos em conta o actual clima de greves, esgotamento e fuga de cérebros, vemos que os nossos sistemas de saúde estão com sérios problemas", argumentou o director regional para a Europa da OMS, Hans Kluge, durante uma reunião em Bucareste, capital da Roménia.

Nessa reunião, 49 dos 53 membros da OMS na Europa aprovaram a Declaração de Bucareste, que reitera "a fragilidade dos sistemas de saúde e a importância de contar com pessoal de saúde efectivo e resiliente” depois da pandemia da covid-19.

O documento destaca as greves de profissionais de saúde na Europa em 2022, em protesto contra as difíceis condições de trabalho, os baixos salários e a falta de recursos. “Estão em jogo a saúde e o bem-estar das nossas sociedades”, afirmou Hans Kluge em comunicado.

A OMS destaca que as sociedades vivem um duplo envelhecimento, da população e da força de trabalho em saúde, enquanto aumentam os casos de doenças crónicas e continuam presentes os efeitos da pandemia.

Um dos problemas que requer uma solução urgente está relacionado com a diminuição dos profissionais de saúde, 40% dos quais se reformarão nos próximos 10 anos, segundo algumas estimativas. O sistema enfrenta uma "ruína iminente" em áreas-chave, se não forem tomadas medidas para enfrentar esses desafios, refere o comunicado.

Para dar resposta aos desafios, a Declaração de Bucareste pede “acção política” para melhorar os contratos dos trabalhadores e os mecanismos da sua distribuição, bem como para optimizar o desempenho do pessoal do sector. O documento salienta também a importância de melhorias no planeamento do trabalho e formação do pessoal.