Beach Club na praia do Ourigo vai mesmo avançar. Mas com mudanças

Câmara do Porto já deu luz verde a novo projecto de arquitectura depois de parecer favorável da APA. Polémico edifício começou a ser construído em 2021.

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A estrutura pré-fabricada em betão vai ser desmontada Paulo Pimenta

A Câmara Municipal do Porto aprovou o novo projecto de arquitectura para a construção do Grand Beach Club na praia do Ourigo depois do parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), revelou esta quarta-feira a autarquia.

"Em sequência do parecer favorável da APA, foi aprovado o novo projecto de arquitectura para o edifício na praia do Ourigo", afirmou, em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto.

A autarquia acrescenta que a versão agora aprovada prevê a desmontagem da estrutura pré-fabricada em betão, a alteração da implantação, a relocalização do edifício "conforme parecer da APA" e reduz a área de construção, "em consonância com os parâmetros do contrato de concessão".

"O volume do restaurante implanta-se agora mais a norte e a sua cobertura estabelece um acesso directo desde a Avenida D. Carlos I", afirma a autarquia.

O processo de licenciamento do edifício da praia do Ourigo foi "desbloqueado" em Julho de 2022, mais de um ano depois da construção de uma estrutura em betão ter gerado uma onda de contestação e levado ao embargo da obra, em Junho de 2021, lê-se na memória descritiva do projecto de licenciamento, consultada em Dezembro de 2022 pela Lusa.

O novo projecto de licenciamento do agora designado Grand Beach Club pressupõe a desmontagem da estrutura em betão e a construção de dois novos volumes, um "principal" que albergará o restaurante, cozinha, apoios de serviço e uma esplanada com terraço superior (rooftop), e um "pequeno volume" destinado a apoio de praia.

O "pequeno volume", localizado a norte da estrutura principal, acolherá um posto de socorro para assistência médica, um armazém de equipamentos de praia e três instalações sanitárias.

O projecto pressupõe também a reabilitação das escadarias de acesso à Avenida D. Carlos I, da esplanada e da zona coberta com vidro e madeira, assim como das áreas de serviço sob os acessos em escada.

O gabinete de arquitectura refere que o facto de o volume principal implantar-se agora a norte e estabelecer um novo acesso directo desde a avenida D. Carlos I à cobertura deste corpo "dá continuidade a um novo percurso público de acesso à praia, o que foi considerado uma mais-valia".

Quanto aos materiais de construção a utilizar, a memória descritiva indica que toda a construção será realizada com "estrutura de madeira e apainelados folheados a madeira à vista de ipê, a mesma madeira que foi utilizada na intervenção realizada há já alguns anos na esplanada, pérgulas e acessos".

"As diversas coberturas serão realizadas numa estrutura em madeira, garantindo-se que fiquem livres de equipamentos das redes de infra-estruturas, de modo que não haja interferência no campo visual que se desfruta desde a cota alta do passeio marginal", assegura o documento.

Numa estimativa orçamental anexa ao processo, a arquitecta responsável pelo projecto adianta que a obra rondará os 199 mil euros, sendo que, destes, 160 mil euros são referentes à construção da estrutura principal (restaurante), 24 mil euros ao apoio de praia e 14 mil euros à remodelação interior do volume da esplanada existente.