Inflação cresce para 10,4% em Fevereiro no Reino Unido
Aumento inverte tendência dos últimos meses. Variação no índice de preços está cinco vezes acima do objectivo do banco central britânico.
A taxa de inflação no Reino Unido subiu em Fevereiro, a primeira vez em quatro meses, aumentando a pressão sobre o Banco de Inglaterra para aumentar as taxas de juro na reunião de quinta-feira.
O índice de preços no consumidor saltou de 10,1% em Janeiro para 10,4% nos 12 meses até Fevereiro, com os preços elevados da energia a continuarem a pressionar os orçamentos familiares, informou o instituto de estatística britânico.
Enquanto os economistas esperam que os preços caiam rapidamente no final deste ano, a inflação é mais de cinco vezes superior ao objectivo de 2% fixado pelo Banco de Inglaterra.
Os dados do instituto estatístico mostram que a inflação subjacente, o indicador que exclui do índice de preços a energia e os bens alimentares, também aumentou, passando de uma taxa de 5,8% em Janeiro para 6,2% em Fevereiro.
O banco central vê-se agora confrontado, por um lado, com a necessidade de controlar a inflação, e, por outro, com as preocupações sobre as consequências dos problemas bancários globais, perante a possibilidade de aumentar as taxas de juro na quinta-feira num momento de pressão sobre o sector financeiro depois da queda do banco norte-americano Silicon Valley Bank (SVB) e do resgate do Credit Suisse.
Michael Hewson, analista-chefe da CMC Markets UK, prevê que o Banco de Inglaterra aumente as taxas em pelo menos 0,25 pontos percentuais.
Martin Beck, da consultora EY ITEM Club, sublinhou que “cerca de metade da variação anual deve-se a preços mais elevados na categoria de restaurantes e hotéis, com os preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas a registarem também um aumento significativo”. E esse movimento foi “mais do que suficiente para compensar” a queda nos preços da gasolina, disse, citado pelo Guardian.