BCP dá aumento salarial de 3% antes de fechar acordo com sindicatos

Banco liderado por Miguel Maya é o último dos cinco maiores bancos a avançar com actualização salarial.

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Presidente da comissão executiva do Millennium BCP, Miguel Maya, confiante na evolução da actividade do banco LUSA/MIGUEL A. LOPES

A comissão executiva do Millennium BCP comunicou esta quarta-feira aos trabalhadores que decidiu, “tendo presente o actual contexto económico, actualizar as tabelas salariais do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT) em 3% e aumentar o subsídio de almoço em 9,5%, com efeitos retroactivos a Janeiro de 2023".

O órgão liderado por Miguel Maya esclarece que este aumento unilateral não prejudica o que possa ser decidido no decurso do processo negocial com os sindicatos subscritores do ACT do Grupo.

O BCP é o último dos cinco maiores bancos a anunciar aumentos salariais, sendo que à semelhança do Banco Santander, do Banco BPI e do Novo Banco, as decisões são tomadas à margem das negociações com os sindicatos. Nestes últimos três bancos, os aumentos anunciados são de 4%, abaixo do que tem sido reclamado pelos vários sindicatos do sector.

Também a Caixa Geral de Depósitos anunciou uma actualização salarial, mas esta foi feita com o acordo do maior sindicato da instituição, o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do grupo (STEC). Esse acordo inclui um aumento de 76 euros para todos os níveis, bem como das cláusulas de expressão pecuniária referentes a 2023.

De acordo com a nota enviada pela comissão executiva do Millennium BCP aos trabalhadores, “a decisão agora tomada relativamente à actualização salarial não colide com, nem condiciona, o processo negocial com os Sindicatos subscritores dos ACT do Grupo BCP, mantendo-se o Banco empenhado em fechar esse acordo com a brevidade possível”, avança a comissão executiva.

A instituição refere que “após um período muito difícil da vida do Banco, que determinou a necessidade de apoio por parte dos contribuintes portugueses, a evolução do Banco tem sido francamente positiva na generalidade dos indicadores, com excepção para a rendibilidade, a qual se encontra ainda num patamar reduzido e inferior ao custo de capital do Banco”.

A actualização das tabelas será efectuada para todos os trabalhadores do grupo BCP e para os reformados, e inclui ainda um aumento de 10% da remuneração mínima mensal, a qual se fixará em 1100 euros, e do valor da bolsa de estágio, para os estagiários profissionais, que passará para 850 euros (acrescida de subsídio de almoço), ambos com efeitos a Março.

Paralelamente, à actualização salarial transversal agora comunicada, a instituição refere que “está a decorrer o processo anual de reconhecimento do mérito, valorização profissional e actualização salarial individual dos Trabalhadores, o qual se perspectiva esteja concluído no segundo trimestre”.

A comissão executiva considera que “os progressos que estão a ser alcançados permitem perspectivar que 2023 será o ano de transição e que, alcançados que sejam os objectivos estabelecidos no plano estratégico, como se prevê que aconteça, o BCP iniciará uma nova fase com capacidades reforçadas para gerar e partilhar mais valor com os stakeholders”.

No exercício de 2022, o Millennium BCP teve lucros de 207,5 milhões de euros, mais 50% do que os 138,1 milhões de euros de 2021.

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