Porcas gigantes e DJs-marionetistas na 23.ª edição do FIMFA
O Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa decorre entre 18 de Maio e 4 de Junho com artistas de Portugal, Líbano, França, Finlândia ou Holanda. E dá um salto a Tondela.
Vinte espectáculos nacionais e internacionais, uma ida inaugural a Tondela e parcerias além-fronteiras compõem a 23.ª edição do FIMFA Lx - Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas de Lisboa, agendado entre 18 de Maio e 4 de Junho.
No ano em que cumpre 30 anos de actividade, a companhia A Tarumba – Teatro de Marionetas, dirigida por Luís Vieira e Rute Ribeiro, programou uma edição que ocupará oito espaços de Lisboa – São Luiz Teatro Municipal, LU.CA - Teatro Luís de Camões, Museu de Lisboa - Palácio Pimenta, Teatro do Bairro, Teatro Taborda, Museu Nacional do Teatro e da Dança, Centro Cultural da Malaposta e Cinemateca Portuguesa – com artistas, emergentes e consolidados, da Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Holanda, Israel, Líbano e Portugal.
Como é habitual, a programação, que foi anunciada esta terça-feira, debruça-se sobre diferentes estéticas e linguagens do teatro de marionetas e formas animadas. O tiro de partido é dado pela companhia francesa Scopitone & Cie, que vai montar no São Luiz um baile marionetístico em suporte vinil. Em Salut Les Scopains, os DJs-marionetistas do colectivo mostram a sua colecção de vinis, com clássicos dos anos 1950 em diante – e está prometido, para acompanhar a festa, um menu de inesperado de cocktails marionetísticos.
Nos primeiros dias do festival haverá uma noite dedicada “às pequenas formas”, com os espectáculos Blanche Neige, num segundo round da companhia Scopitone, que apresenta uma versão da Branca de Neve traçada a rock’n’roll; e Boxed, o novo projecto a solo do reputado marionetista Ariel Doron, que cria uma história a partir de uma caixa de sapatos.
Intimista será também Le Cinérotic, peça da Cie Jamais 203 construída para um espectador de cada vez, ao qual caberá sentar-se numa bicicleta para poder descobrir os filmes eróticos vintage seleccionados pelo encenador Roger Toulemonde e a sua equipa.
Do Líbano chega o Collectif Kahraba com Géologie d’une Fable, um espectáculo para toda a família esculpido através do barro e ancorado em fábulas persas, nas quais Esopo se inspirou e que, por sua vez, inspiraram La Fontaine e Marie de France. Para o público infantil e juvenil, o FIMFA apresenta também Llum, de Caroline Cornélis - Cie Nyash, e A Sombra das Coisas, do TANGRAM Kollektive.
Espectáculos e workshops
Nesta 23.ª edição, atenções redobradas para Batrachomyomachia ou A Guerra entre as Rãs e os Ratos, uma epopeia cómica que parodia a Ilíada pela mão de Les Antliaclastes e Patrick Sims, conhecidos pelo seu imaginário surrealista, preenchido por máscaras e marionetas de várias tipologias; ou para Ao virar da esquina vive um arbusto, em que o colectivo Plankton: Sonja van Ojen & Hendrik Kegels dá vida a uma cidade em miniatura.
Na criação portuguesa, a mala voadora estreia-se no FIMFA com O papel do dinheiro, uma viagem pelo mundo a partir da anatomia do papel-moeda, que começa com uma nota de 20 escudos. Pelo festival passam também o Teatro de Marionetas do Porto – que apresenta Kitsune, um espectáculo sobre a morte –, Luís Hipólito & Mónica Garcez ou a Trupe Fandanga.
Através de espectáculos e workshops, esta edição materializa ainda o projecto IMPULSE! New Focus on Puppetry and Visual Theatre / Novo Foco nas Artes da Marioneta e Teatro Visual, financiado pela União Europeia e desenvolvido por três instituições parceiras, da Finlândia, Lituânia e Portugal.
De resto, o 23.º FIMFA vai pela primeira vez a Tondela, à boleia do programa Odisseia Nacional, do Teatro Nacional D. Maria II. A companhia britânica Whalley Range All Stars regressa ao festival para apresentar OiNK, performance que acontece dentro da barriga de uma porca gigante, com nove metros de comprimento.
Os bilhetes vão até 15 euros, sendo que há espectáculos de entrada gratuita.