Eucalipto de Contige ficou em 5.º lugar no concurso Árvore Europeia de 2023
A árvore vencedora foi um carvalho da Polónia. Logo de seguida, ficou um carvalho da Eslováquia e uma colónia de macieiras da Ucrânia.
O eucalipto de Contige ficou em 5.º lugar no concurso Árvore Europeia de 2023, anunciou-se nesta terça-feira, numa cerimónia no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Em primeiro lugar ficou um carvalho da Polónia. Um carvalho da Eslováquia e uma colónia de macieiras da Ucrânia ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Este ano, o concurso realizado através de votação online conseguiu 177.486 votos. Uma árvore polaca foi a grande vencedora pelo segundo ano consecutivo, com 45.718 – destacando-se completamente das restantes candidatas. “A chave para o sucesso foi uma campanha nas redes sociais eficaz e intensa, que envolveu influencers”, refere-se num comunicado sobre o concurso. O carvalho polaco vencedor tem 180 anos e mais de 20 metros de comprimento. Situado no parque de Klepacz, em Łódź, a sua copa pode atingir 30 metros.
Se o carvalho polaco ficou isolado na liderança, a disputa entre o segundo e o terceiro lugar já foi mais renhida. Na segunda posição, com 18.198 votos, ficou um carvalho de 700 anos da Eslováquia, que é conhecido por proteger os habitats locais há décadas e décadas. Em terceiro lugar, com 14.219 votos, ficou uma colónia de macieiras da Ucrânia. Tem 220 anos e há muito tempo que se perdeu o tronco principal.
Em quarto lugar, com 10.663 votos, ficou a árvore de Itália, que junta figueiras e uma árvore-da-borracha-australiana. Logo de seguida, com 10.281 votos, ficou o eucalipto de Contige, na freguesia de Sátão.
O eucalipto de Contige tem 43 metros de altura e 11 metros de perímetro de tronco. Esta árvore foi a vencedora do concurso nacional Árvore do Ano 2023, sendo assim a representante portuguesa na Europa. A candidatura tinha sido feita pela Junta de Freguesia de Sátão.
“O eucalipto de Contige sempre foi um ex-líbris da nossa freguesia, quer pela beleza, quer pelo tamanho, quer pela relação histórica com a freguesia. É uma árvore que se destaca das outras pela sua monumentalidade”, assinalava em Janeiro António José Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Sátão, em reacção ao resultado da árvore na competição nacional. “Este prémio vai cimentar e dar o devido valor naquela que foi a nossa terceira candidatura a este concurso.”
O eucalipto terá sido plantado em 1878, quando se abriu a Estrada das Donárias. Os seus proprietários terão sido a família Soares de Contige, ou duas famílias (Garcia de Mascarenhas e Xavier do Amaral Carvalho) que se uniram em casamento no século XIX, referia a Universidade de Aveiro numa publicação feita no Facebook, em 2016, sobre este eucalipto. “Aquando da construção da estrada, e da expropriação do terreno, a monumentalidade deste exemplar terá contribuído para a sua salvaguarda, não tendo por isso sido cortada”, indica-se na publicação, que assinala que a estrada foi desviada para coexistir com esta árvore.
Quantos aos restantes lugares, a azinheira de Espanha ficou em sexto lugar (com 10.174 votos); o teixo do Reino Unido em sétimo (9413); a faia de França em oitavo (8867); seguindo-se o carvalho dos Países Baixos (8616); o plátano da Hungria (7342); a pereira da República Checa (6664); o carvalho da Letónia (6005); a faia da Estónia (5875); o plátano da Bulgária (5814); a pereira da Bélgica (4823); e o carvalho da Croácia (4814).
Esta competição europeia é composta por vencedores dos diferentes concursos nacionais. No geral, este concurso organizado pela Associação de Parceria Ambiental (EPA) tem como missão destacar a importância das árvores na herança cultural e natural que vão deixando. Não é apenas a sua beleza, tamanho ou idade que estão em jogo, mas também a sua história e relação com uma comunidade.
No comunicado sobre a competição, Thierry de l’Escaille, da Organização Europeia de Proprietários de Terras, assinala que “a maioria das árvores a concurso foi plantada pelo humano. Algumas delas há muito tempo. Isto enfatiza a importância da visão na gestão de árvores, florestas e da natureza”.
Portugal participa no concurso europeu desde 2018. Logo nesse ano, o Sobreiro Assobiador da aldeia de Águas de Moura (no concelho de Palmela) ficou em primeiro lugar no concurso europeu. Em 2019, a Azinheira Secular do Monte do Barbeiro, situada a sete quilómetros da aldeia de Alcaria Ruiva, no concelho de Mértola, conseguiu o terceiro lugar. Já em 2020 o castanheiro de Vales, em Tresminas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, conseguiu o sexto lugar. Em 2021, o plátano do Rossio de Portalegre ficou em quarto lugar. E, em 2022, um sobreiro de Arraiolos obteve o terceiro lugar.