Coreia do Norte dispara mais um míssil balístico para o mar do Japão

Já na quinta-feira, a Coreia do Norte justificou o envio de um míssil balístico para o mar do Japão como resposta aos “frenéticos” exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.

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A notícia do disparo do míssil foi dado pelo exército sul-coreano EPA/JEON HEON-KYUN

A Coreia do Norte disparou este domingo um míssil balístico não identificado em direcção ao mar do Japão, avançou o exército sul-coreano, que está a realizar um exercício militar conjunto com os Estados Unidos.

Num comunicado, o Estado-Maior conjunto da Coreia do Sul disse estar a tentar analisar a distância, altura e velocidade do voo do míssil, dados que ainda não foram divulgados.

O Ministério da Defesa do Japão também confirmou o lançamento de Pyongyang, sublinhando que está a reunir informações sobre o teste e o potencial impacto nas águas japonesas.

No sábado, a agência noticiosa oficial da Coreia do Norte, KCNA, afirmou que mais de 800 mil jovens se juntaram voluntariamente, só na sexta-feira, ao exército norte-coreano para combater "os imperialistas americanos".

De acordo com a KCNA, centenas de milhares de pessoas fizeram fila em resposta aos exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, os maiores dos últimos cinco anos, que a agência descreveu como uma tentativa de "provocar uma guerra nuclear".

Na sexta-feira, a Coreia do Norte confirmou que tinha lançado, no dia anterior, um míssil balístico internacional, o segundo este ano. O lançamento foi em resposta aos "frenéticos" exercícios militares dos EUA e da Coreia de Sul, afirmou a KCNA.

Segundo a agência noticiosa, o míssil lançado na quinta-feira em direcção ao mar do Japão era um Hwasong-17, um "míssil monstro", consideraram analistas militares, e que teoricamente tem alcance suficiente para atingir o continente americano.

Os exercícios militares dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, apelidados de "Escudo da Liberdade", começaram a 13 de Março e vão durar dez dias. De acordo com os dois países, os exercícios concentram-se no "ambiente de segurança em mudança" devido à crescente agressividade da Correia do Norte.

No ano passado, Pyongyang declarou-se como uma potência nuclear "irreversível" e o líder norte-coreano apelou recentemente a um aumento "exponencial" da produção de armas, incluindo armas nucleares tácticas.

Já no início de Março, Kim Jong-un ordenou que os militares norte-coreanos intensificassem os exercícios de preparação para uma "verdadeira guerra".

Em declarações à agência France-Presse, o presidente da Universidade de Estudos da Coreia do Norte em Seul, Yang Moo-jin, afirmou que Pyongyang está a utilizar os exercícios dos EUA para apresentar o seu programa de armas nucleares como "crucial e necessário".

Essa situação "espalha a ideia de que os exercícios dos EUA e Coreia do Norte visam, em última análise, destruir o actual regime norte-coreano e ocupar a sua capital", acrescentou.