“Todos a Lisboa”, a manifestação da CGTP que vai cortar várias ruas da capital neste sábado

Cidade terá artérias condicionadas por causa do protesto dos trabalhadores do sector público e privado representados pelos sindicatos afectos à CGTP e pela caminhada pela vida.

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Manifestacao da CGTP contra o Orcamento do Estado 2023 (foto de arquivo) Rui Gaudencio

O ponto alto da manifestação nacional que a CGTP marcou para este sábado à tarde, em Lisboa, acontece na Praça dos Restauradores, pelas 15 horas. Antes disso, a Praça do Saldanha e a Rua das Amoreiras são os dois locais onde se concentram os manifestantes do sector privado e da Administração Pública, respectivamente.

O protesto, intitulado “Todos a Lisboa! Aumento Geral dos Salários e Pensões - Emergência Nacional", vai causar "bastantes constrangimentos" ao trânsito em diversas artérias do centro de Lisboa, sobretudo nas zonas da Baixa, Amoreiras e Saldanha, de acordo com informações da PSP prestadas à agência Lusa. Perante este cenário, as autoridades aconselham o uso de transportes públicos.

Os constrangimentos vão sentir-se a partir da hora do almoço, mas concretamente depois das 13h30, hora a partir da qual o trânsito estará interdito para preparar o desfile que seguirá pela Avenida da República, pela Praça Duque de Saldanha, Rua Casal Ribeiro, Avenida Fontes Pereira de Melo, Avenida Duque de Loulé, Avenida Joaquim António de Aguiar, Rua Braamcamp, Túnel do Marquês de Pombal (no sentido descendente só será possível sair para a Avenida António Augusto de Aguiar, mas o sentido ascendente estará circulável), Praça do Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Praça dos Restauradores, Rua 1.º de Dezembro, Praça Dom João da Câmara e ruas adjacentes.

As habituais intervenções, da Interjovem (organização de jovens trabalhadores da CGTP) e de Isabel Camarinha (secretária-geral da CGTP-IN), têm início às 16h30. Os jovens farão uma primeira tribuna pública durante a amanhã, a começar às 10h, junto ao Centro Comercial das Amoreiras.

Esperados milhares de trabalhadores

A dirigente Ana Pires, da central sindical, assumiu em declarações à Lusa que a CGTP espera a participação de milhares de trabalhadores de todo o país na manifestação, "vindos de todos os distritos e sectores de actividade, tanto da administração pública como do sector privado". A própria CGTP tem transportes organizados para a deslocação de trabalhadores. Do Porto vêm três comboios.

"O nível de indignação registado nos locais de trabalho é muito significativo, os trabalhadores estão a passar dificuldades extremas por via dos seus baixos salários", assumiu, acrescentando que "há famílias que têm de fazer opções diárias entre pagar as suas contas ou pôr comida na mesa".

“É possível viver melhor no nosso país. Os trabalhadores exigem a regulação dos preços dos bens essenciais e medidas que impeçam o aumento das rendas e das prestações dos empréstimos à habitação”, lê-se num cartaz da CGTP que anuncia a manifestação deste sábado.

“O poder de compra retirado aos salários dos trabalhadores tem servido para aumentar os lucros do capital. O Governo insiste em não responder aos problemas, não regula o preço de bens essenciais, promove a perda de poder de compra dos salários, mantém uma legislação laboral contra os trabalhadores ao mesmo tempo que os lucros das grandes empresas aumentam. A subida de preços, a inflação e a redução do poder de compra não são uma fatalidade!”, conclui a central sindical.

Caminhada pela vida

No mesmo dia está prevista outra manifestação – neste caso uma caminhada pela vida – que implicará uma concentração na Praça Luís de Camões (às 14h) e um desfile até à Praça Dom Pedro IV (às 15h). Neste caso, o trânsito também estará interdito a partir das 13h30 nas seguintes zonas: Praça Luís de Camões, Rua da Misericórdia, Rua do Alecrim, Rua Paiva de Andrade, Rua Nova da Trindade, Rua Serpa Pinto, Rua Garrett, Rua Nova do Almada, Largo da Boa Hora, Rua Victor Cordon, Calçada de São Francisco, Rua da Conceição, Rua Áurea, Praça Dom Pedro IV e Praça da Figueira.

A "Caminhada Pela Vida é a festa da Vida, Família e Liberdade" é organizada pela Fundação Pela Vida e realiza-se em dez cidades do país, de Aveiro a Viseu, incluindo Funchal, Braga, Coimbra ou Porto.

As alterações à legislação laboral aprovadas na Assembleia da República não resolvem os problemas de precariedade, desregulação de horários, ataque à contratação colectiva e o atropelo aos direitos dos trabalhadores.