Ourmières-Widener apresenta resultados anuais da TAP na terça-feira

Em processo de saída, exonerada pelo Governo, presidente executiva da companhia aérea ainda vai apresentar resultados de 2022 a 21 de Março.

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Cristine Ourmieres-Widener, presidente executiva da TAP, em Abril de 2022 Rui Gaudencio

A administração da TAP apresenta na próxima terça-feira, 21 de Março, os resultados relativos ao quarto trimestre de 2022 e ao ano fiscal completo.

O comunicado que a companhia aérea enviou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), e que a entidade reguladora publicou no seu site, tem ainda outra novidade. Caberá ainda a Christine Ourmières-Widener a conferência de apresentação dos resultados da companhia aérea do último trimestre e do ano 2022.

A TAP “informa o mercado e o público em geral da data de publicação de resultados do ano de 2022 e da conference call”, lê-se no comunicado agora divulgado. Os resultados são publicados a 21 de Março, antes da abertura do mercado (às 7h da manhã, mais precisamente). E, no mesmo dia, mas às 16h, há conferência sobre os resultados, que se destina "a investidores e analistas financeiros".

Como participantes, anuncia desde já a TAP, constam “Christine Ourmières-Widener, presidente da comissão executiva”, e “Gonçalo Pires, administrador executivo”. Há um ano, a gestora apresentou prejuízos recorde de 1600 milhões de euros, relativos ao exercício fiscal de 2021.

Esta é uma situação invulgar, até mesmo para a atribulada história da TAP: a pessoa que hoje lidera a empresa e que vai apresentar as contas da companhia está actualmente em processo de saída, por demissão decidida pelo Governo. Foi uma decisão que resulta directamente, e de forma imediata, da divulgação do relatório da Inspecção-Geral das Finanças (IGF).

Detida em 100% pelo Estado, a TAP tem tutela conjunta entre os ministérios das Infra-estruturas e o das Finanças. A 14 de Março a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) notificou a presidente da comissão executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, e o presidente do conselho de administração, Manuel Beja, “das respectivas decisões de demissão” da empresa.

E, um dia depois, a TAP declarou ter recebido a nota da DGTF e que os dois visados (Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, presidente da administração da companhia) tinham até 28 de Março, para se pronunciarem sobre a decisão de demissão. A sustentação da exoneração assenta na figura de “violação grave, por acção ou por omissão, da lei ou dos estatutos da empresa” do estatuto do gestor público. E decorre, ainda, do caso da indemnização de 500 mil euros paga à ex-administradora Alexandra Reis.

Em Abril, também já é sabido, Luís Rodrigues, que até agora estava à frente da SATA e que já foi administrador da TAP, regressa à maior companhia de aviação portuguesa, mas agora como presidente executivo. Com Luís Villalobos

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