Vandalismo em Braga: junta pede às autoridades “actuação mais vigilante”
Vários automóveis estacionados na zona envolvente a um centro comercial foram vandalizados no início da semana, numa zona que tem sido palco de outros actos de vandalismo. Queixas chegaram à PSP.
No início da semana, na noite de terça-feira, em Braga, diversos automóveis foram alvo de actos de vandalismo. Os danos, registados em fotografias enviadas ao PÚBLICO pelo cidadão Mário Relvas, mostram os espelhos retrovisores danificados das viaturas estacionadas na rua Albano Belino, uma das perpendiculares ao Braga Parque, o maior centro comercial da cidade.
Contactada pelo PÚBLICO, fonte da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Braga confirma os relatos de vários automóveis danificados na zona, mas refere que só recebeu “duas denúncias relativas a estragos em dois automóveis”, e que as mesmas estão já em “averiguação”.
Na queixa que acompanha as fotografias, Mário Relvas diz que a situação está a “ficar insuportável” e que os actos de vandalismo “têm ocorrido em mais zonas da cidade, com alguma frequência”. No entanto, a PSP garante que não foram reportados mais casos nos últimos dias. O cidadão queixa-se de falta de policiamento na zona por parte da PSP e da Polícia Municipal de Braga, e garante que “não há prevenção, só reacção, por vezes tardia”.
Ricardo Silva, presidente da junta de freguesia de São Victor, localidade onde se verificaram os danos aos automóveis, admite a existência dos danos nas viaturas e recorda que a zona envolvente ao Braga Parque tem sido palco de outros actos de vandalismo: em Setembro passado, vários carros de compras, trazidos do interior do centro comercial, foram deixados ao abandono na via pública. Reconhece que há “uma crise de consciência sobre como usar o espaço público” e que existem outros delitos, praticados em diferentes zonas da freguesia, que “merecem atenção”, como o “estacionamento abusivos à entrada de casas, em cima de passeios, que criam obstáculos para o atravessamento de cadeiras de rodas” ou a ocorrência “de pequenos furtos e de tráfico de droga”, hoje “mais visíveis durante o dia”.
Embora desminta a ideia de que a “freguesia esteja insegura”, Ricardo Silva assume, no diálogo estabelecido com as forças de segurança, que há o entendimento de que “faltam recursos humanos” para assegurar um patrulhamento mais efectivo. E avisa que é necessária uma “actuação mais vigilante” por parte das “entidades que gerem o espaço público”, como a junta de freguesia e a própria Câmara Municipal. “Estes problemas são sinais dos tempos e temos de dar outro tipo de respostas mais adequado, que englobe uma estratégia comum entre as várias forças administrativas, de segurança e civis. É preciso reforçar os mecanismos de defesa da população”. Do lado da freguesia, assegura, o papel será cada vez mais o de “mediar o diálogo entre a população e as forças de segurança”.
Do lado da Câmara Municipal, a vereadora com o pelouro da Polícia Municipal, Olga Pereira, contactada pelo PÚBLICO, diz desconhecer as ocorrências, lembrando que a “competência criminal é exclusiva da Polícia de Segurança Pública”, garantindo que o município “não tem recebido queixas por actos de vandalismo”.