Setúbal soma cinco suspeitos de abusos sexuais

Diocese afirma um que dos padres não pertence à diocese e dois já tinham sido alvo de processos canónicos. Quanto aos restantes dois, aguarda ainda informações sobre os crimes de que estão acusados.

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Actualmente, apenas Beja não prestou contas sobre a lista de alegados agressores na diocese Nuno Ferreira Santos (arquivo)

A diocese de Setúbal anunciou esta terça-feira haver cinco nomes de padres acusados de terem abusado sexualmente de menores na lista que lhe foi remetida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica.

Daqueles, um padre está sob jurisdição de uma autoridade eclesiástica diferente, a cujo superior hierárquico foi remetida a informação recebida. “Durante o tempo em que esteve sob a jurisdição do bispo de Setúbal, nada consta sobre denúncia de abusos de menores”, precisa a diocese assinada pelo administrador diocesano, o padre José João Aires Lobato, já que a diocese está sem bispo desde que D. José Ornelas foi deslocado para Leiria-Fátima.

Outro padre nomeado está actualmente afastado do exercício público do ministério, depois de ter sido alvo de dois processos canónicos. Os actos de que é acusado nos processos em curso não se enquadram na natureza de ‘abusos de menores’, no entanto, "a Comissão Independente sinaliza um abuso de menor”, aponta o administrador diocesano, dizendo aguardar da comissão que foi coordenada por Pedro Strecht “mais pormenores para organizar processo”.

Um terceiro padre foi igualmente já objecto de um processo canónico por abuso sexual de menores, o qual, já concluído, determinou que o sacerdote, que tinha sido afastado preventivamente, pudesse retomar o exercício do ministério. “Caso os testemunhos recolhidos pela Comissão Independente configurem novos factos, será iniciado novo processo”, assevera ainda a diocese de Setúbal.

Por último, a lista continha o nome de dois sacerdotes sobre os quais “não existem, nos arquivos diocesanos, informações que permitam averiguar as denúncias que levaram a incluir estes sacerdotes na lista de alegados abusadores”. A diocese diz estar por isso a aguardar novas informações.

Aos cinco nomes de Setúbal somam-se os de Vila Real, cuja diocese também divulgou esta terça-feira ter recebido uma lista com três suspeitos, nenhum dos quais activo na diocese: dois nomes reportam-se “a casos já conhecidos publicamente e que tiveram, em devido tempo, o adequado tratamento civil e canónico tendo como resultado uma pena de suspensão e a dispensa do ministério", segundo o comunicado diocesano, sendo que o terceiro é um padre no activo mas pertencente a outra diocese, que foi já informada do caso.

São assim mais de 100 os nomes constantes nas listas entregues pela comissão independente às 21 dioceses portuguesas (20 diocesanas a que se soma a das Forças Armadas e de Segurança). Daquele universo, cerca de quarenta nomes são referentes a padres já falecidos. Ainda assim, cinco padres e um leigo foram afastados preventivamente de funções, enquanto decorre a respectiva investigação prévia destinada a avaliar a veracidade das acusações e, se for caso disso, a iniciar o processo canónico.

Até agora, apenas a diocese de Beja, liderada por D. João Marcos, não prestou ainda contas públicas sobre a lista contendo o nome dos padres suspeitos.

Até “finais de Abril”, garante a Conferência Episcopal Portuguesa, idênticas listas seguirão para as congregações e institutos religiosos.

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