Prémio Booker Internacional revela 13 nomeados para edição de 2023

A organização salienta que entre os escolhidos há autores provenientes de 12 países, cujos originais foram escritos em 11 línguas. O português não é uma delas.

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A escritora Leïla Slimani, aqui no Folio Festival Literario Internacional de Óbidos em 2021, é a presidente do júri desta edição Paulo Pimenta

O prémio Booker Internacional revelou esta terça-feira os 13 livros nomeados para a edição deste ano, de autores provenientes de 12 países, num total de 11 línguas abrangidas.

Os nomeados da edição do prémio, que distingue uma obra literária traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido ou na Irlanda, são a catalã Eva Baltasar, com Boulder, o sul-coreano Cheon Myeong-kwan, com Whale, a francesa Maryse Condé, com The Gospel According To The New World, e o marfinense Armand Gbaka-Brédé (que assina como GauZ), por Standing Heavy.

Também nomeados estão o búlgaro Georgi Gospodinov, com Time Shelter, a norueguesa Vigdis Hjorth, com Is Mother Dead, o ucraniano Andrei Kurkov, com Jimi Hendrix Live in Lviv, o francês Laurent Mauvignier, por The Birthday Party, o alemão Clemens Meyer, por While We Were Dreaming, o indiano Perumal Murugan, por Pyre, a mexicana Guadalupe Nettel, com Still Born, a sueca Amanda Svensson, por A System So Magnificent It Is Blinding, e o chinês Zou Jingzhi, com Ninth Building.

A selecção foi feita por um júri presidido pela escritora Leïla Slimani e composto pelo tradutor Uilleam Blacker, pelo escritor Tan Twan Eng, pela crítica Parul Sehgal e pelo editor literário do Financial Times, Frederick Studemann.

"O que foi muito recompensador nesta experiência foi ler livros de todo o mundo, com uma variedade de forma e conteúdo extraordinária. Cada um dos jurados tem gostos diferentes e foi isso que tentámos reflectir nesta lista. Celebra a variedade e diversidade da produção literária de hoje, as diferentes formas em que o romance pode ser visto", afirmou Slimani, citada no comunicado.

A organização salientou que Maryse Condé é a autora mais velha alguma vez nomeada para o prémio, aos 89 anos, havendo três escritores (GauZ, Zou Jingzhi e Amanda Svensson) que surgem nomeados com a sua estreia em inglês.

GauZ é um escritor, editor e fotógrafo que viveu como estudante sem documentos em Paris, onde também trabalhou como segurança (profissão que partilha com o alemão Clemens Meyer), antes de voltar à sua Costa do Marfim natal.

A lista de finalistas do prémio Booker Internacional vai ser revelada na Feira do Livro de Londres, no dia 18 de Abril, estando previsto um prémio de cinco mil libras para os livros que chegarem a essa fase, repartido em metade para autor e tradutor.

O livro vencedor vai ser anunciado no dia 23 de Maio, com um prémio de 50 mil libras (57 mil euros), também igualmente dividido entre autor e tradutor.

Nenhuma das obras nomeadas está publicada em Portugal, embora alguns autores tenham livros editados em território português, como Andrei Kurkov (Abelhas Cinzentas, pela Porto Editora, em Setembro do ano passado), Guadalupe Nettel (O Corpo em que Nasci, pela Teodolito, em 2013), Vigdis Hjorth (Herança, pela Livros do Brasil, em 2021), Eva Baltasar (Permafrost, pela Kalandraka, em 2021) e Maryse Condé (Eu, Tituba, bruxa... negra de Salem, pela Maldoror, no ano passado).

Em 2022, o vencedor do prémio foi o romance Tomb of Sand, da indiana Geetanjali Shree, traduzido directamente do hindi para inglês por Daisy Rockwell. O júri foi presidido pelo tradutor Frank Wynne.