Kenzaburo Oe, o escritor activista que regressava sempre ao filho e a Hiroxima
Nobel da Literatura em 1994, tem uma vasta obra de ficção e ensaio marcada pela guerra e pelo nascimento de um filho portador de deficiência. Tinha 88 anos e olhava para a história que incomoda.
Era frequente ouvi-lo dizer nas entrevistas que fora a Segunda Guerra Mundial a fazer dele um escritor. Tinha dez anos quando o Japão capitulou. O pai morrera no Pacífico durante o conflito e o desastre nuclear de Hiroxima acontecera a 160 quilómetros da pequena aldeia no meio da floresta onde vivia com a mãe. O mundo, diria já adulto, tornara-se um lugar assustador para um miúdo a quem ensinavam na escola que o imperador Hirohito era um deus e que, em caso de derrota perante os aliados, o suicídio seria uma atitude honrosa até para uma criança.
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