A gigante petrolífera Saudi Aramco anunciou hoje ter registado lucros de 161 mil milhões de dólares (cerca de 151 mil milhões de euros ao câmbio actual) em 2022, obtidos graças à alta dos preços do crude. Este é um resultado recorde para a empresa estatal saudita, uma das maiores petrolíferas mundiais.

No relatório anual, a empresa, conhecida formalmente por Saudi Arabian Oil Co., sublinhou que o lucro registado aumentou 46,5% face a 2021. Foi "o maior de sempre” na história da companhia, que beneficiou do aumento dos preços da energia registado na sequência da invasão russa da Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 2022, que trouxe sanções e a limitação da venda de petróleo e gás russo nos mercados ocidentais.

Há cerca de um ano, no mês a seguir à invasão russa de território ucraniano, o preço do Brent – crude do Mar do Norte que é referência para a economia europeia – chegou a tocar a casa dos 130 dólares nos mercados. Na passada semana, o barril estava em cerca de 82 dólares.

A Aramco colocou a sua produção de petróleo em cerca de 11,5 milhões de barris por dia em 2022 e indicou que espera atingir os 13 milhões de barris por dia até 2027.

No documento sobre os resultados, agora divulgado, a Aramco disse esperar aumentar a produção para aproveitar a procura do mercado, permitindo financiar os planos do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, para desenvolver fontes de desenvolvimento económico que reduzam a dependência do petróleo.

“Dado que prevemos que o petróleo e o gás continuarão a ser essenciais no futuro próximo, os riscos de subinvestimento no nosso sector são reais – inclusive contribuindo para preços mais altos de energia”, disse o presidente executivo da Saudi Aramco, Amin H. Nasser, num comunicado, citado pela Lusa.

Para aumentar essa produção, prevê gastar até 55 mil milhões de dólares (51,6 mil milhões de euros) este ano.