Liga exige que políticos digam “clara e frontalmente” o que querem dos bombeiros
Bombeiros estão reunidos neste fim-de-semana em Gondomar no XXII Congresso Extraordinário da Liga.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse neste sábado que é tempo de os políticos dizerem "clara e frontalmente" o que querem dos bombeiros e pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que defenda o património das associações humanitárias.
No XXII Congresso Extraordinário da Liga dos Bombeiros Portugueses, que hoje e domingo decorre em Gondomar, no distrito do Porto, António Nunes começou por dizer que o momento actual é difícil porque os bombeiros "se sentem abandonados por alguns" e pediu "reformas reais e efectivas".
Já dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da LBP fez um pedido que mereceu aplausos de toda a audiência.
"Senhor Presidente da República, não deixe que destruam o património das associações humanitárias", disse.
Com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, também na mesa do congresso, António Nunes dirigiu um recado à classe política.
"É tempo de os políticos portugueses dizerem clara e frontalmente o que querem para os bombeiros de Portugal. O que querem e quais as missões que lhes querem atribuir, sem ambiguidades ou falsos cenários", disse.
Antes, os apelos e mensagens foram dirigidos às associações, dirigentes e bombeiros presentes, aos quais pediu "união".
Já à sociedade, o presidente da LPB fez um pedido: "Apoiem os bombeiros, as associações humanitárias e os dirigentes associativos."
No congresso da LBP estão em debate os principais problemas que afectam as corporações de bombeiros voluntários e do qual sairá uma moção a exigir ao poder político a sua resolução.
Em declarações à agência Lusa, em antecipação a este congresso, António Nunes disse sentir que "os bombeiros não estão a ser tratados adequadamente".
Além da antiga reivindicação da LBP, que passa por exigir um comando de bombeiros autónomo da ANEPC, a Liga vai também debater a necessidade urgente de criação de uma carreia e de um estatuto dos bombeiros.
"Os bombeiros não têm actualmente uma carreira nem um estatuto, mesmo aqueles que dentro dos bombeiros voluntários são profissionais, como é o caso dos que pertencem às Equipas de Intervenção Permanente", disse António Nunes, sublinhado que é necessário criar as condições para que a carreira seja atractiva.
António Nunes alertou que os bombeiros têm actualmente cerca de 1200 viaturas com mais de 31 anos para combater incêndios e que há ambulâncias do INEM distribuídas aos corpos de bombeiros com mais de dez anos e algumas com um milhão de quilómetros.