Morreu Kiska, a “orca mais solitária do mundo” e a última em cativeiro no Canadá
Kiska morreu na quinta-feira depois de passar mais de 40 anos em cativeiro. Vivia isolada num parque temático no Canadá apesar de petições para ser libertada.
Kiska, a última orca a viver em cativeiro no Canadá, morreu esta semana. Há 11 anos que vivia sozinha num aquário, longe de outros animais. A informação foi avançada pelo governo da província de Ontário, no Canadá, esta sexta-feira.
"O ministério foi informado pela Marineland que a orca chamada Kiska morreu na Marineland a 9 de Março de 2023. Foi realizada uma necropsia por profissionais da Marineland," explicou o porta-voz, Brent Ross, porta-voz da Procuradoria-Geral de Ontário, num comunicado enviado por e-mail.
Desde 1982 que Kiska vivia num aquário em Marineland, um parque temático que fica em Niagara Falls, Ontário. A orca foi capturada nas águas islandesas em 1979, quando tinha cerca de 47 anos de idade. Durante o tempo que passou em Marineland, teve mais de 20 companheiros de aquário e cinco crias que morreram ainda pequenas. A associação de defesa dos animais PETA descrevia-a como "a orca mais solitária do mundo".
Há semanas que a saúde de Kiska estava a deteriorar. "A equipa e os peritos em mamíferos marinhos fizeram tudo o que era possível para garantir o conforto de Kiska e vão sentir a sua perda", citou a imprensa local.
"A orca mais solitária do mundo"
A associação de defesa dos animais PETA nota que Kiska teve uma vida solitária e marcada pela tragédia devido à morte das suas cinco crias. Morreram, todas, antes de atingirem os sete anos de idade.
O grupo Animal Justiça (inglês para Justiça Animal), uma organização canadiana sem fins lucrativos, está a exigir a abertura de um inquérito sobre o tratamento da morte da orca por parte da Marineland.
"Serviços de bem-estar animal estavam no local [na altura da morte] para determinar o cumprimento das normas", assegura o porta-voz da Procuradoria-Geral de Ontário, Brent Ross. A Marineland já foi alvo de mais de 160 auditorias desde Janeiro de 2020 para assegurar o cumprimento da lei e normas.
Em Janeiro, semanas antes da morte de Kiska, mais de 560 mil pessoas assinaram uma petição online destinada a obrigar o parque a tentar libertar a orca.