Líder do grupo Wagner anuncia candidatura à presidência, mas da Ucrânia

O anúncio foi feito num vídeo partilhado na rede de mensagens Telegram. Prigozhin nega estar a negociar com as autoridades ucranianas em troco de dinheiro e levantamento de sanções.

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Líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin Reuters/CONCORD PRESS SERVICE

O chefe do grupo paramilitar Wagner, uma rede de mercenários com ligações a Vladimir Putin, foi filmado a dizer que se pretende candidatar à presidência da Ucrânia em 2024.

"Olhando para tudo à minha volta, tenho ambições políticas. Decidi candidatar-me à presidência em 2024. Para Presidente da Ucrânia", clarificou Yevgeny Prigozhin num vídeo partilhado na rede de mensagens Telegram e citado pela agência de notícias turca Anadolu Agency (AA). "Se eu ganhar as eleições presidenciais da Ucrânia, então tudo ficará bem", justificou.

Prigozhin tem dirigido muitas críticas ao Ministério da Defesa russo e a forma como este tem conduzido a guerra e, mais recentemente, queixa-se de falta de munições para os seus homens que combatem na linha da frente de Bakhmut. De acordo com o líder do grupo paramilitar, são necessárias 10 mil toneladas de munições mensais que o Kremlin não está a fornecer.

Apesar da insatisfação, Prigozhin nega estar a negociar com as autoridades ucranianas em troco de dinheiro e levantamento de sanções.

Os mercenários do grupo Wagner têm estado na linha da frente das batalhas mais duras na Ucrânia, em particular na região do Donbass. No Verão de 2022, Prigozhin começou a recrutar reclusos nas prisões russas com a promessa de bons salários, amnistia total se os voluntários cumprissem seis meses de serviço e uma indemnização às famílias em caso de morte. Em Fevereiro, Prigozhin anunciou o fim dos recrutamentos em prisões, com a abertura de 42 centros de recrutamento oficiais em dezenas de cidades russas.

"Vêm aí novos combatentes que virão lutar connosco lado a lado para defender o seu país e a sua família. Para fazer o nosso futuro comum e proteger a memória do passado", frisou o chefe do grupo Wagner no vídeo deste sábado. Sobre as baixas na frente de guerra, Prigozhin limita-se a dizer que "numa guerra, há combatentes que morrem."

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