Miguel Afonso satisfeito com arquivamento de inquérito aberto pelo Ministério Público
Treinador acusado de assédio sexual a jogadoras tem ainda a correr contra si um processo disciplinar na Federação Portuguesa de Futebol.
Miguel Afonso manifestou-se neste sábado satisfeito com o arquivamento por parte do Ministério Público (MP) do inquérito que o visava na sequência das queixas de jogadoras do Rio Ave, nomeadamente uma menor, de alegado assédio sexual, na época 2020/2021 e que foram tornadas públicas pelo PÚBLICO.
O MP considerou que "não se mostra minimamente indiciada a prática de crime de importunação sexual" por parte do antigo treinador das equipas femininas de futebol do Rio Ave e do Famalicão.
"Em relação a este arquivamento só posso manifestar que desconhecia que havia processo-crime, pois nunca fui constituído arguido nem nunca prestei declarações. Com as recentes notícias acabei também por descobrir que fui despedido pelo Famalicão, pois até à data nunca assinei nenhuma rescisão, nem fui notificado pelo clube. Será um tema para esclarecer e resolver judicialmente. Em relação ao castigo da FPF, aguardo uma decisão do TAD, que brevemente se deverá pronunciar", escreveu num comunicado enviado aos jornalistas.
O caso teve origem em Setembro do ano passado após denúncias de várias jovens jogadoras do Rio Ave e referia-se à temporada (2020/21) em que Miguel Afonso tinha orientado a formação de Vila do Conde. As atletas queixavam-se de terem recebido várias mensagens impróprias enviadas pelo treinador.
O comportamento de Miguel Afonso levou ao seu afastamento do cargo pelo emblema minhoto e viu ainda o Conselho de Disciplina da FPF abrir um processo disciplinar. Em Novembro do ano passado, o órgão federativo decidiu suspende o treinador por 35 meses, além de aplicar-lhe uma multa de 5100 euros, por "prática de cinco infracções disciplinares (...) qualificadas como muito graves".