Biden e Von der Leyen lançam acordo sobre minerais críticos

Num encontro na Casa Branca, a presidente da Comissão Europeia e o Presidente dos EUA reafirmaram o seu apoio à Ucrânia “pelo tempo que for necessário”.

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Ursula von der Leyen com Joe Biden na Sala Oval da Casa Branca SARAH SILBIGER/Reuters

Matérias-primas essenciais para os planos de descarbonização — como o lítio e o tungsténio — que sejam produzidas ou processadas na União Europeia, vão poder entrar no mercado norte-americano com os mesmos benefícios das que têm origem nos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no final de uma reunião com o Presidente dos EUA, Joe Biden, na Casa Branca.

O anúncio de um acordo entre Washington e Bruxelas sobre este tema pode pôr fim a um período de tensão e incerteza entre os dois lados, que começou com a aprovação no Congresso norte-americano, em Agosto de 2022, de uma proposta de combate às alterações climáticas no valor de 369 mil milhões de dólares.

Numa das políticas com vista à descarbonização nos EUA, a Lei de Redução da Inflação concede fortes incentivos fiscais a indivíduos e empresas que comprem veículos eléctricos e que produzam as baterias que os alimentam — com a condição, em ambos os casos, de que os materiais em causa sejam produzidos ou processados nos EUA.

Nesta sexta-feira, numa curta conferência de imprensa nos jardins da Casa Branca, Von der Leyen disse que os dois lados chegaram a acordo para criarem as condições que levantem os obstáculos à entrada nos EUA de matérias-primas essenciais produzidas ou processadas na União Europeia, à semelhança do que acontece, segundo a Lei de Redução da Inflação, com os países que têm acordos de comércio livre com os EUA.

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Washington já tinha aceitado facilitar a entrada de veículos eléctricos fabricados na União Europeia, e nesta sexta-feira comprometeu-se também com uma "política de transparência" sobre quaisquer incentivos à descarbonização.

"Este tipo de acordo promove os nossos objectivos partilhados de aumentar a produção e o processamento, e de expandir o acesso a fontes de matérias-primas essenciais que sejam sustentáveis, confiáveis e livres de exploração laboral", lê-se no comunicado conjunto.

"A cooperação também é necessária para reduzir dependências estratégicas indesejadas nessas cadeias de fornecimento, e para garantir que elas sejam diversificadas e desenvolvidas com parceiros confiáveis", lê-se ainda no mesmo documento, numa referência indirecta a países como a China, que representa 98% do aprovisionamento de metais de terras raras da União Europeia.

Outro dos assuntos tratados por Von der Leyen e Biden foi a coordenação do apoio à resistência da Ucrânia contra a invasão russa, com a presidente da Comissão Europeia a reafirmar, mais uma vez, que a União Europeia e os EUA vão continuar ao lado do Exército ucraniano "pelo tempo que for necessário".

"Continuamos empenhados em fornecer e mobilizar apoio internacional, incluindo do sector privado, para a estabilidade económica e financeira da Ucrânia", diz o comunicado conjunto. "Apoiamos o Fundo Monetário Internacional no desenvolvimento de um programa ambicioso, até ao final de Março de 2023, para fornecer o apoio orçamental necessário à Ucrânia durante este ano e para além de 2023."

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