Um meta-Misantropo destravado para partir Molière

Inspirados na estrutura de O Misantropo, Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares recriaram o texto do dramaturgo francês.

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Filipe Ferreira
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As famosas pancadas de Molière sinalizam, quando alguém se lembra de usá-las, o início de um espectáculo de teatro. É assim desde o século XVII. Mas esse código é agora distorcido em O Misantropo — por Hugo van der Ding e Martim Sousa Tavares a partir Molière (sim, o nome do espectáculo é mesmo este; não, não é “a partir de”, é mesmo “a partir” porque de Molière pouco resta para lá da estrutura do seu clássico). Convidados por Pedro Penim a fazer uma tradução livre de O Misantropo que viesse a percorrer o país a bordo da Odisseia Nacional (a estreia acontece no Teatro Municipal de Bragança, dia 11 de Março, seguindo-se, até Dezembro, datas em Santa Maria da Feira, Figueira da Foz, Águeda, Coimbra, Covilhã, Horta, Angra do Heroísmo, Funchal, Beja, Faro, Portimão e Almada), o cartoonista, locutor e outras mil coisas Hugo van der Ding e o maestro Martim Sousa Tavares trataram de pegar nessa velha prática de trazer um clássico para a actualidade, mas sem se agarrarem demasiado ao original. “Percebemos que uma tradução ia ser uma seca, porque o original é muito chato”, argumenta Sousa Tavares. A provocação é, afinal, um pouco essa, acrescenta van der Ding: “Só tivemos de tirar o texto todo, a estrutura, as personagens, o fim e o início; de resto, o Molière não envelheceu um dia, continua a ser muito, muito engraçado.”

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