Marcelo fala sobre abusos na Igreja, TAP e habitação em entrevista ao PÚBLICO/RTP nesta quinta-feira
Presidente da República tem recusado abordar os desenvolvimentos na questão dos abusos na Igreja, TAP e habitação, mas irá fazê-lo na entrevista ao PÚBLICO e à RTP desta quinta-feira.
O silêncio dos últimos dias de Marcelo Rebelo de Sousa relativamente aos abusos sexuais na Igreja, às polémicas em torno da habitação e ao relatório da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) que resultou na exoneração da liderança da TAP termina esta quinta-feira na entrevista que o Presidente da República vai dar ao PÚBLICO e à RTP.
O PÚBLICO sabe que, pese embora os vários pontos de agenda pública desde segunda-feira, Marcelo se resguardou num pouco usual silêncio sobre os temas mais quentes da actualidade para poder abordá-los com maior profundidade na entrevista agendada para a noite desta quinta-feira, o mesmo dia em que passam sete anos desde a chegada ao Palácio de Belém.
Ainda esta quarta-feira, o Presidente dizia aos jornalistas, à margem de um evento na Universidade Católica, iria responder às questões sobre actualidade na entrevista em parceria entre o PÚBLICO e a estação pública.
“Temas como IGF, habitação, abusos sexuais – digam-me lá mais coisas emocionantes –, maus-tratos nos lares e tal, quinta, sexta-feira falo", dizia. A entrevista passa a partir das 20h45 na RTP e poderá ser lida ainda ao longo dessa noite no site do PÚBLICO e a partir das 00h00 de sexta-feira na versão em papel desta publicação.
Será assim a primeira oportunidade para ouvir Marcelo Rebelo de Sousa falar acerca da posição dos bispos sobre o relatório da comissão independente aos abusos na Igreja.
Logo após receber o relatório com as conclusões da comissão independente aos abusos na Igreja, o Presidente pediu uma “nova posição para o futuro” da instituição, pelo que agora se perceberá como é que Marcelo interpreta os passos iniciais dados pelos bispos portugueses.
Já quanto ao pacote de medidas do Governo sobre habitação, o Presidente começou compará-lo a um “melão”, que “só se sabe se é bom depois de o abrir”. Entretanto, as medidas do executivo foram submetidas a consulta pública mediante a formulação de propostas concretas sobre as quais Marcelo já se poderá pronunciar, desde logo o arrendamento coercivo as dúvidas de constitucionalidade que suscita.
Por fim, o chefe de Estado já havia defendido publicamente que caberia ao ministro das Finanças, Fernando Medina, retirar conclusões do relatório que o próprio pediu à IGF em relação à indemnização de meio milhão de euros paga pela TAP à sua ex-administradora Alexandra Reis.
Concluído o relatório e decididas (e anunciadas por Medina) as demissões do chaiman e da CEO da TAP à solução encontrada para a saída de Reis da operadora aérea, que o próprio Presidente considerou “difícil de perceber”, será altura de ouvir Marcelo dizer se ficou satisfeito com o desfecho de processo que deverá agora seguir trilho em litigância judicial.