Aspirante a partido, Nova Direita nascerá sem “linhas vermelhas”

O movimento que quer lutar pelas mulheres, pela economia de mercado e pela natalidade entregou esta quarta-feira no Tribunal Constitucional as assinaturas para se formalizar enquanto partido.

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Ossanda Liber entregou esta quarta-feira as assinaturas no Tribunal Constitucional Rui Gaudencio

A Nova Direita entregou esta quarta-feira as assinaturas necessárias (7500) para se formalizar enquanto partido político junto do Tribunal Constitucional (TC). A líder do pretendente a partido que pretende substituir o CDS-PP no panorama político português, Ossanda Liber, chegou acompanhada por cinco outros fundadores e vestia um blazer azul forte. Se um dia a Nova Direita tiver de fazer acordos com o Chega fá-los-á.

“Se os portugueses optarem por uma alternativa que passe por fusão entre várias forças políticas, não seremos nós que iremos contrariar. Não definiremos linhas vermelhas. As nossas linhas vermelhas são as dos portugueses”, afirmou Liber. E assim, após entregar as 7500 assinaturas no TC, sendo clara sobre ao que vem, a Nova Direita deu o grande passo para se formalizar enquanto partido.

Liderada por Ossanda Liber, que foi vice-presidente do Aliança e candidata por este partido às eleições legislativas de 2022 (além de candidata independente à Câmara de Lisboa nas últimas autárquicas), a Nova Direita pretende “lutar contra políticas pseudo-socialistas”, incentivar a economia de mercado e reforçar o papel da mulher na sociedade. O dia para a entrega das assinaturas, aliás, “não foi por acaso”.

“Não foi por acaso que escolhemos o dia de hoje, dia 8 de Março, Dia da Mulher, para dar o pontapé de saída desta Nova Direita. Uma das linhas de força importantes deste novo partido, lançado no Dia da Mulher, liderado por uma mulher, é precisamente o reforço da posição da mulher na sociedade e na gestão dos nossos destinos colectivos”, disse Ossanda Liber após entregar as assinaturas ao secretariado do Palácio Ratton.

Europeias são primeiro desafio

Além do reforço do papel da mulher, Ossanda Liber preocupa-se também com as questões demográficas: irá, por isso, apresentar “estratégias” para que “nasçam mais portugueses e se resolva esta tremenda crise demográfica, em que cada ano que passa somos menos, mais velhos e mais vulneráveis”, garantiu no seu discurso.

O partido nasce ainda com o objectivo de ajudar a que “o empreendedorismo e a iniciativa individual voltem a ser geradores de riqueza para cada um e para todos nós”, situando-se, assim, no espectro liberal no que toca à economia.

“Estou convencida e confiante que Portugal tem tudo o que precisa para dar resposta às necessidades dos portugueses e vencer os seus desafios. Para isso, precisa de líderes com elevado sentido patriótico, mérito e honestidade e que nos façam acreditar a todos que somos capazes, basta ir à luta”, concluiu a líder da Nova Direita.

Ossanda Liber conta com que a Nova Direita concorra já às próximas eleições — as europeias, em 2024 —, mas não verá como uma derrota a não-eleição de um eurodeputado.

Tendo sido entregues as 7500 assinaturas ao TC, caber-lhe-á agora avaliar a sua conformidade e, enfim, oficializar, ou não, a Nova Direita enquanto partido. Além da Nova Direita, há um outro movimento — o Partido Democrata Europeu — que está em fase de recolha de assinaturas para se poder formalizar como partido político.

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