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Comboios parados, escolas fechadas e multidões nas ruas na greve “inesquecível” em França
Franceses estão a protestar pelo sexto dia contra o aumento progressivo da idade legal da reforma dos 62 para os 64 anos até 2030. Sindicatos pedem aos trabalhadores que “paralisem França”.
Os sindicatos franceses intensificaram a luta contra os planos de aumento progressivo da idade legal da reforma dos 62 para os 64 anos do presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira, quando a maioria dos comboios e metros parou, as entregas de combustível foram interrompidas e as escolas fechadas no sexto dia de greves em todo o país.
Este é um momento crítico para o Governo, que espera que a reforma possa ser aprovada pelo Parlamento até ao final de Março.
A fim de aumentar a pressão sobre os legisladores, os sindicatos disseram que desta vez haverá greves contínuas, que podem durar dias, inclusive nas refinarias de petróleo e nas ferrovias. "Vamos continuar até que a proposta seja retirada", disse o chefe do sindicato FO, Frédéric Souillot, à rádio RTL.
Funcionários de recolha de lixo e camionistas também aderiram à greve, um sinal de que os protestos estavam a alastrar-se a mais sectores da economia. Como nas greves anteriores, a produção de energia foi reduzida e as entregas de combustível foram interrompidas. Muitos professores abandonaram o trabalho e há escolas encerradas com alunos a bloquear os portões.
Há comícios marcados em toda a França depois de mais de 1,27 milhões de pessoas participarem nos protestos anteriores, no fim de Janeiro. "Juntos vamos parar a França!", disseram os principais sindicatos do país num comunicado conjunto.
Alguns utilizadores dos transportes públicos afectados pela greve disseram que apoiam os protestos, mesmo que estes dificultassem as suas deslocações para o trabalho. Há poucos comboios de alta velocidade a circular e quase todos os comboios intermunicipais regulares foram cancelados, com o metro de Paris a ser também muito afectado.
"Claro que tem impacto para mim porque preciso de ir trabalhar como toda a gente", disse Alex Cristea, segurança de profissão, na estação de comboio de Saint-Lazare, em Paris, à agência Reuters. "Mas apoio os trabalhadores, os protestos são de extrema importância."