As autoridades filipinas acreditam ter encontrado a localização de um petroleiro que se afundou ao largo de uma província central na semana passada, mas ainda estão a tentar avaliar a extensão de um derrame de petróleo que provocou uma proibição de pesca e a tentar conter mais danos ambientais.
Pensa-se que o petroleiro, o MT Princess Empress, se encontra a cerca de 366 metros abaixo do nível do mar, ao largo da província oriental de Mindoro, embora a informação tenha sido avançada sem uma verificação que possibilitava uma confirmação oficial, disse o ministério do ambiente numa declaração esta segunda-feira.
As autoridades planeavam usar um veículo autónomo operado remotamente para ajudar a determinar a localização exacta do petroleiro, afirmou a mesma fonte. Querem também saber quanto petróleo está no interior do navio e como bombear o restante para fora assegurando que conseguem impedir quaisquer outras fugas, disseram os peritos.
O navio transportava cerca de 800 mil litros de fuelóleo industrial quando sofreu problemas no motor em 28 de Fevereiro durante uma altura de forte agitação marítima, de acordo com a guarda costeira. No entanto, não ficou imediatamente claro o que causou o naufrágio do navio com bandeira Filipina, mas todos os 20 membros da tripulação foram resgatados antes de o barco afundar.
Tinha sido detectado óleo derramado na costa e em águas costeiras perto do local onde se pensa ter afundado o navio, obrigando o governo a declarar o estado de calamidade em nove cidades da Mindoro Oriental. Isto significa que os fundos de emergência podem ser canalizados directamente para as comunidades afectadas, incluindo as atingidas pela proibição da pesca imposta pelas autoridades durante a fase de limpeza.
"Quando apanho peixe, os meus ganhos diários vão para os meus filhos e para a comida que comemos. É um problema muito grande que este derrame de petróleo tenha acontecido", disse o pescador Florante Favroa, de 55 anos de idade. "É uma perda muito grande para nós, não temos mais recursos."
O mergulho também foi proibido nas áreas afectadas, tendo o Ministério do Turismo manifestado preocupação de que o derrame de petróleo possa afectar três dos destinos de mergulho de classe mundial do país, como a passagem da Ilha Verde e o recife de Apo em Mindoro, e os naufrágios da Segunda Guerra Mundial em Palawan.
Cerca de 36 mil hectares de recife de coral, mangais (ecossistemas costeiros de transição) e ervas marinhas estavam potencialmente em perigo de serem afectados pela maré negra, de acordo com cientistas marinhos da Universidade das Filipinas. O incidente, que ocorreu no passado dia 28 de Fevereiro, está agora a afectar 34 áreas marinhas protegidas e 36 mil hectares de habitats marinhos, conta a CNN Filipinas.
"Deixem-me assegurar-vos que os danos causados directamente ao ambiente e à subsistência do nosso povo serão compensados de acordo com o estipulado nas directrizes de compensação", disse o governador Bonz Dolor numa conferência de imprensa.
O proprietário do petroleiro, RDC Reield Marine Services Inc., contratou agências locais, Harbor Star Shipping Services e Malayan Towage and Salvage Corp., para a limpeza.
"A situação é muito difícil...por causa do tempo. Se as condições do mar são más, também não é seguro para os nossos empreiteiros trabalharem", disse Rodrigo Bella, vice-presidente da Harbor Star, à conferência de imprensa. Os proprietários da embarcação assumiriam inicialmente todas as despesas, incluindo o pagamento aos residentes contratados para trabalhos de limpeza, disse ainda Bonz Dolor.