Um artista construiu uma casa num contentor do lixo em Londres, Inglaterra, e planeia viver lá durante um ano. O objectivo é chamar a atenção para o preço “louco” de arrendar um quarto na capital britânica por estes dias.
Harrison Marshall, de 28 anos, mudou-se para o contentor adaptado num campo de relva em Bermondsey, no Sul de Londres, há um mês. O jovem explica que foi a única forma que arranjou de conseguir ter dinheiro para viver no centro, perto de onde trabalha.
De regresso à cidade depois de um período fora, conta que teve dificuldades em encontrar um lugar para viver devido à falta de casas.
“Como é o caso de milhares de pessoas pela cidade e pelo país, os preços tornaram-se loucos. A renda é inacreditável”, diz Marshall. “Mesmo quando encontrei um lugar dentro da minha margem de preços, havia mais cem pessoas à procura daquele quarto.”
A inflação dos preços no Reino Unido atingiu os 11,1% — valor máximo em 41 anos — em Outubro de 2022 e continua nos dois dígitos, afectando a crise do custo de vida, já que os salários não acompanharam a subida das despesas domésticas e de alimentação.
A solução criativa de Marshall para o problema foi gastar cerca de 4500 euros a construir uma cobertura de madeira com um telhado curvo e fixá-la num contentor. Dentro tem uma pequena cozinha e uma mezzanine com uma cama. As palavras “Skip House” (ou “casa-contentor”) estão gravadas a preto no contentor amarelo, normalmente usado para lixo de construção.
@the.skiphouse With rental prices at an all time high, I decided to explore a different option for myself. #costofliving #london #tinyhouse #art #interiordesign @CAUKIN Studio @SkipGallery ♬ Pieces (Solo Piano Version) — Danilo Stankovic
“O contentor deu-me a oportunidade de fazer a minha própria casa minúscula”, afirma.
Marshall tem um jardim que vai dar ao escadote da entrada e à casa de banho pública que há na esquina do local. Toma banho no trabalho, a dez minutos de bicicleta de distância, ou no ginásio e tem acesso a água através de uma mangueira que vem da propriedade do vizinho.
“Todos os vizinhos são incríveis, na verdade. Dão muito apoio. Tenho vizinhos que vêm e trazem refeições caseiras”, conta. “Isso é um grande bónus para todo o projecto. Esta área tem uma comunidade mesmo boa.”