Montenegro: PSD sem “pressa” para chegar ao Governo, mas quer “virar de página”

Numa iniciativa do roteiro “Construir alternativa”, o líder social-democrata afirmou que, com António Costa, “o país está na cauda da Europa, está numa rota de empobrecimento”.

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Luís Montenegro vê Portugal "na cauda da Europa" LUSA/NUNO VEIGA

Luís Montenegro afirmou este sábado que é o país que tem pressa em mudar de governo e não o seu partido, considerando que é preciso "virar a página" do empobrecimento em Portugal.

"Nós não temos pressa de ir para o Governo, apesar de o país ter pressa de mudar de Governo, nós respeitamos as regras da democracia, mas quero que saibam que nós estamos preparados para governar Portugal e vamos prepararmo-nos a cada dia que passa ainda mais para podermos responder precisamente aos problemas que são cada vez maiores, mais graves, que o PS nos vai deixar", disse o presidente do PSD.

Luís Montenegro, que falava na aldeia de Vale de Cavalos, na freguesia rural de Alegrete, no concelho de Portalegre, no decorrer de um almoço convívio com militantes e simpatizantes do PSD integrado nas jornadas "Construir Alternativa", defendeu ainda que o partido vai "virar a página" do empobrecimento em Portugal, mas, para que isso aconteça, "é preciso mudar" de Governo.

"Nós, PSD, vamos virar a página do empobrecimento de Portugal, Portugal tem de virar a página do empobrecimento, mas para virar a página do empobrecimento é preciso mudar de Governo e nós estamos aqui para dar aos portugueses o Governo que os portugueses merecem", disse.

Ao longo do seu discurso, o líder do PSD criticou as políticas de António Costa em diversas áreas, como na saúde, educação, habitação ou a agricultura, recordando que os governos do PS nos últimos anos terminaram de uma forma negativa para o país.

"São três séries de sete [anos de governos do PS], a primeira foi com António Guterres e o país acabou num pântano, a segunda foi com José Sócrates e o país acabou na bancarrota, a terceira é com António Costa e o país está na cauda da Europa, está numa rota de empobrecimento", disse.

"Eles podem dizer aquilo que eles quiserem, mas nunca poderão dizer que um Governo do PSD chamou o Fundo Monetário Internacional, nunca poderão dizer que um Governo do PSD deixou Portugal num pântano, nunca poderão dizer que um Governo do PSD deixou Portugal na bancarrota e nunca poderão dizer que um Governo do PSD deixou Portugal na cauda da Europa", acrescentou.

Luís Montenegro disse ainda que "é preciso" que António Costa "acorde para o mundo" e que observe que as suas políticas estão a contribuir para um país "mais desequilibrado". "As políticas deste PS, ou muitas vezes a falta delas [políticas], estão a contribuir para um país mais desequilibrado, mais injusto e, por via disso, naturalmente mais pobre", disse.

O líder do PSD recordou também que a sociedade portuguesa está a pagar impostos "como nunca pagou" e que tem em troca "serviços mínimos, investimento mínimo, investimento quase nulo".

Nesse sentido, Luís Montenegro considera que isso acontece devido a decisões políticas que considera erradas, dando para isso o exemplo da TAP.

"As decisões em política têm consequências, quando lá atrás o PS, por exemplo, renacionalizou a companhia aérea de Portugal, a TAP, fez com que, uns anos depois, tivéssemos de injectar 3.200 milhões de euros na companhia e esse dinheiro quantos investimentos teriam sido feitos com esse dinheiro nos territórios de baixa densidade", questionou.

Ao longo do seu discurso de cerca de 30 minutos, o presidente do PSD defendeu políticas que consigam ir ao encontro do desenvolvimento do interior do país, para que possa existir uma maior coesão territorial.