Governo de Bolsonaro tentou levar ilegalmente para o Brasil jóias sauditas para a primeira-dama

Ministro de Lula diz que se o presente do Governo saudita, avaliado em três milhões de euros, tivesse sido declarado pertenceria ao Governo brasileiro e não poderia ser entregue a Michelle Bolsonaro.

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Michelle e Jair Bolsonaro Reuters/RICARDO MORAES

O anterior Governo brasileiro tentou fazer entrar no Brasil ilegalmente jóias oriundas da Arábia Saudita para a mulher do então Presidente, Jair Bolsonaro, avaliadas em três milhões de euros, noticiou o Estado de S. Paulo e confirmou o ministro da Comunicação Social do Governo de Lula da Silva, Paulo Pimenta.

De acordo com a investigação do jornal brasileiro, o colar, o anel, o relógio e um par de brincos de diamantes transportados por um assessor do ex-ministro de Minas e Energia do Governo Bolsonaro, Bento Albuquerque, foram apreendidos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

O assessor fazia parte da comitiva liderada pelo ex-Presidente que visitou o Médio Oriente em Outubro de 2021.

As jóias seriam um presente do Governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Entretanto, o actual ministro da Comunicação Social do Brasil partilhou uma fotografia dos bens apreendidos dizendo que “a Petrobras tinha acabado de vender uma refinaria por 1,8 mil milhões de dólares a um grupo da Arábia Saudita”.

“Bolsonaro mobilizou pelo menos quatro ministérios e os militares até o último dia do seu Governo para ‘recuperar os mimos’ de Michelle. Se tivessem sido declarados, os presentes poderiam entrar legalmente no Brasil, mas pertenceriam ao Governo brasileiro e não à família do criminoso!”, denunciou.

As autoridades brasileiras retiveram as jóias porque, segundo a lei brasileira, é obrigatório declarar ao fisco qualquer bem que entre no país com um valor superior a um milhão de dólares.

“Nenhum de nós sabia o que eram aquelas caixas”, garante Albuquerque ao Estadão.