A guerra dos papelinhos
A ditadura argentina queria relvados limpos no Mundial de 1978, mas falhou graças ao acto de resistência de um pássaro de banda desenhada.
Um Mundial de futebol (ou qualquer outra grande competição desportiva) é uma fachada de perfeição para um país imperfeito. Nem é preciso recuar muito no tempo. O Mundial do Qatar, em termos organizativos, andou perto da perfeição, teve futebol de alta qualidade e aquele Argentina-França com Messi a bater-se com Mbappé pelo título talvez tenha sido a melhor final de sempre, mas, atrás da fachada, foi um Mundial muito problemático. Quarenta e quatro anos antes, a Argentina queria projectar uma imagem para o mundo que não fosse o de uma ditadura militar repressiva (que era) e até contratou uma agência de publicidade norte-americana para lhe tratar da imagem durante o Mundial de futebol que iria receber em 1978 e que teria a selecção da casa como vencedora – o primeiro título de um “tri” que teve o capítulo do meio em 1986, com Maradona, e que ficou completo em 2022, com Messi.
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